Bem-vindos ao Observatório da Imprensa.
A imprensa está apenas fazendo fita? Ou fazendo onda com fitas? Já tratamos deste assunto e agora voltamos a ele diante da crise política e do imbróglio legal que resultou da transcrição das fitas de uma conversa do senador ACM e representantes do Ministério Público Federal, em Brasília, pouco antes do carnaval.
Como sempre, vamos tentar fugir ao teor das acusações contidas nas fitas e fixar a nossa atenção ao objeto deste Observatório: o desempenho da mídia.
Programas políticos tratam de política, programas de economia tratam de economia. nós tratamos da imprensa. Também procuraremos evitar a personalização: não se trata de um veículo em particular mas da mídia em geral já que ela reproduz, sem investigação, aquilo que o privilegiado apresenta com exclusividade.
Também não nos interessa discutir pessoas e personalidades. O Ministério Público, pelo menos para nós, também não está em discussão: trata-se de um avanço institucional que cumpre preservar e aprimorar e do qual o país deve se orgulhar.
O que nos cabe discutir, e muito, é um comportamento jornalístico em vias de se converter em rotina e que transforma uma fita, qualquer fita, numa peça de acusação sem o menor suporte investigativo da parte daqueles que a divulgam.
Este caso é exemplar e por diversas razões: porque o denunciador, o senador ACM, acabou denunciado. Porque aquele que representa o interesse público cedeu um bem público, a informação sigilosa, a interesses privados. E finalmente porque o órgão divulgador acabou sendo uma das vítimas da própria divulgação.
A imprensa tem um papel fiscalizador a cumprir mas tem também a função de fixar padrões éticos para a sociedade. Não estamos diante de uma fita qualquer mas de um grande rolo que cumpre desenrolar.
Assista ao compacto desse programa em:
www.tvebrasil.com.br/observatorio/videos.htm