Bem-vindos ao Observatório da Imprensa.
Você conhece a sigla. Seus pais conheciam a sigla. Seus avós em outros tempos preferiam usar o nome inteiro. Dependendo da sua idade poderíamos dizer que também os seus bisavós. De todos os jornais brasileiros, o único que você pode pedir em qualquer banca de norte a sul do país enunciando apenas duas letrinhas é o JB. Jornal do Brasil. Esse nome vale ouro. E não apenas pelo nome que o vincula de forma tão clara ao nome do país mas pela sua história que, na realidade, se confunde com a própria história do moderno jornalismo brasileiro.
O JB completa 110 anos na próxima segunda-feira. O seleto clube de jornais centenários tem no Brasil apenas 11 sócios. O mais antigo é o Diário de Pernambuco com 175 anos, quase bi-centenário, seguido pelo Jornal do Commercio do Rio também dos Diários Associados com 173 anos. O Estado de S. Paulo, carinhosamente conhecido como Estadão tem 126 anos, o Fluminense tem 123 e o Diário Popular de São Paulo tem 117, a Tribuna de Santos, é mais novinho, tem 107.
Idade e tradição têm muita importância porque um veículo jornalístico além de empresa é também instituição. E quando esquece que é instituição acaba a empresa. O JB ainda é uma instituição e na sua história embute-se a história da república. E não só isso: o JB é o símbolo de uma das mais espetaculares transformações que ocorreram na imprensa brasileira nos anos 50 a idade de ouro do nosso jornalismo. A revolução visual e editorial que o JB produziu a partir de 1956 foi a mais duradoura e marcante na história do nosso jornalismo. deixou frutos visíveis até hoje.
No entanto, nas duas últimas décadas, o brilho empanou-se. O pesado endividamento com a conseqüente falta de investimentos em qualidade e as sucessivas mudanças de rumo colocaram o JB em desvantagem diante dos concorrentes do Rio e São Paulo. Mas a partir da segunda-feira o JB terá um novo nome no expediente: o do jornalista Mário Sérgio Conti, autor do best-seller Notícias do Planalto que assumirá como diretor de redação.
Os 110 anos e a nova direção serão os motes desta edição do Observatório da Imprensa. Como em ocasiões anteriores não temos a pretensão de apresentar a história completa do jornal. Em televisão, ao longo de uma hora, é impossível, além disso alguns depoentes não puderam ou não quiseram dar o seu testemunho. O fato de ter trabalhado 12 anos no JB foi contornado com a decisão de transferir para a equipe do programa a responsabilidade de conduzir livremente este documentário segundo as fontes historiográficas dignas de crédito.
É a nossa contribuição para relembrar uma belíssima saga onde não há protagonistas, todos são peças fundamentais. Na história do JB, como de qualquer jornal ou revista, o personagem mais importante é o cidadão-leitor. Não aparece no expediente mas ele é que conta.
Assista ao compacto desse programa em:
www.tvebrasil.com.br/observatorio/videos.htm