Bem-vindos ao Observatório da Imprensa.
Você é a favor de uma imprensa livre, sem os constrangimentos da censura? Se você é um observador do Observatório certamente abomina qualquer tipo de pressão sobre a imprensa. Sendo assim, você admite que um político possa manipular a imprensa em benefício do seu projeto pessoal de poder?
Pois é isso que vamos discutir hoje: as perigosas relações do ex-senador ACM com a mídia. Qual foi o seu segredo para manter-se não apenas como fonte mas como o principal pauteiro da imprensa durante quase três décadas? Como é que conseguiu manobrar para que o seu discurso de renúncia ficasse nas manchetes durante uma semana apesar de um conteúdo que revelou-se tão pífio?
A questão vai além do estilo do ex-senador. Não se trata de carisma no palanque nem de sua ação parlamentar. O que preocupa é uma forma de fazer jornalismo na base de informações sopradas e insinuadas.
ACM estabeleceu paradigmas extremamente perigosos onde o jornalista é usado pela fonte tornando-se um agente passivo de interesses pessoais não necessariamente inocentes quando deveria ser o representante do interesse público.
A influência de ACM cresceu durante a ditadura quando a imprensa estava sob censura ou auto-censura. Acostumou-se com uma imprensa dócil. Mas se conseguimos liquidar a censura que deforma a realidade vamos aceitar a manipulação da informação em pleno regime democrático?
O ex-senador ACM e seus métodos de lidar com a imprensa já foram protagonistas de diversas edições deste Observatório. Esperemos que esta seja a última. Vamos ver se a mídia brasileira que soube livrar-se de constrangimentos tão difíceis conseguirá desembaraçar-se daqueles que querem subvertê-la. Confira.
Assista ao compacto desse programa em:
www.tvebrasil.com.br/observatorio/videos.htm