O governador Blairo Maggi, de Mato Grosso, parece gostar de polêmicas, principalmente quando o assunto é ambiente. Na mesma semana em que o IPCC veio a público recomendar o etanol da cana, por ser menos nocivo ao ambiente, Maggi voltou dos EUA louvando o etanol de milho como a salvação da lavoura para Mato Grosso.
Em seu relatório, os cientistas do IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas), da Organização das Nações Unidas (ONU), argumentam que o etanol de cana, como o produzido no Brasil, é ambientalmente uma opção melhor que o etanol feito de milho.
Já o governador Blairo Maggi diz que o Mato Grosso precisa sair da monocultura da soja e investir mais no plantio do milho para produzir etanol. “Precisamos desenvolver a agricultura alternativa e estimular a produção do álcool a partir do milho, como já fazem há décadas os norte-americanos. Com etanol do milho,o Mato Grosso terá maior sustentabilidade econômica e mais uma vertente para seus investimentos”, disse o governador.
Com tantos canaviais no Brasil, melhor deixar o milho de Mato Grosso para as galinhas e dedicar parte da produção de soja para biodiesel.
Efeito combustível
Estimativa do Departamento de Agricultura americano (USDA) indica que a área cultivada com soja deverá cair 5,4% (para 27,17 milhões de hectares) na safra 2007/2008. Para o milho, a previsão é de crescimento de 5,18% (para 36,6 milhões de ha).
Reflexos do álcool
Aqui no Brasil, a Agrishow, maior feira de máquinas agrícolas da América Latina, saiu do atoleiro este ano. As vendas na feira alcançaram R$ 710 milhões, resultado 42% superior ao da edição de 2006, quando a agricultura brasileira enfrentava uma das piores crises de sua história. O bom desempenho dos negócios na feira se deve principalmente ao sucesso da cana-de-açúcar (etanol e açúcar). Prova disso é que boa parte dos lançamentos na feira se destinou ao setor sucroalcooleiro.
Pé na tábua
Ainda sem contar com os negócios do Agrishow, as vendas de máquinas agrícolas registraram crescimento de 28,7% no período janeiro a abril deste ano, em comparação com igual período de 2006. As indústrias venderam no mercado interno 10.135 unidades. Já as exportações sofreram queda de 5,8% no período. Foram embarcadas 7.437 máquinas até abril, contra 7.009 no mesmo período do ano passado.