Bem-vindos ao Observatório da Imprensa.
Uma nova questão está sendo discutida nas redações brasileiras e a mensageira foi a natureza. Ou melhor: as calamidades ditas naturais. A sucessão de dilúvios e terremotos obriga os jornalistas a encararem uma questão crucial: o público não fica cansado de tanto horror? A solidariedade é capaz de resistir à exposição contínua?
Repórteres que fazem o trabalho de campo são geralmente os mais sensíveis. Comovidos com o que vêem gostariam de comover os leitores, ouvintes ou telespectadores. Já os editores querem movimento e o marketing tem obsessão por novidades.
Mas o que quer o público, o que se espera de um veículo jornalístico – espetáculo ou humanidade, show ou realidade, circo ou compaixão?
Este debate já foi bizantino, acadêmico, remoto. Agora ficou atual. Para sempre.