Thursday, 09 de January de 2025 ISSN 1519-7670 - Ano 25 - nº 1320

A hora e a vez de Obama

Bem-vindos ao Observatório da Imprensa.

Barack Obama já era o queridinho da mídia brasileira muito antes de ser indicado como candidato à Casa Branca. Um ano depois da posse, Obama passou a ser o detestadinho dos nossos jornais e revistas.

O que é que Obama fez de errado – proclamou que Lula é o cara? Nada disso, nossa mídia declarou guerra ao primeiro presidente negro dos EUA porque acha que ele é vermelho, socialista.

Porque interviu no mercado financeiro, na indústria automobilística e optou por um programa de saúde que não agradou à indústria dos planos de saúde, Obama é considerado aqui como protótipo do Estado forte e isto virou tabu.

Nossa mídia tem urticária quando ouve falar em regulação: ganha concessões para rádio e TV do governo mas detesta ser cobrada e fiscalizada. Além disso, está fazendo uma enorme confusão entre Estado forte e governo forte. Todos os estados procuram reforçar-se, é legítimo. O perigo está nos governos fortes, autoritários e onipotentes.

É legítimo que a mídia queira introduzir no debate eleitoral o tema da presença do Estado na economia.

Não fica bem inventar pretextos tão distantes.