Monday, 25 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

O que está em jogo: Justiça ou disputa partidária?

Primeiro, a deputada gordinha dança no plenário escandalizando todo o país. Depois, o relator da CPMI dos Correios, Osmar Serraglio, é carregado nos ombros de parlamentares da oposição porque seu texto foi aprovado. Agora, o Conselho de Ética ameaça desintegrar-se porque o plenário da Câmara recusou seu veredicto pela sexta vez, na votação que manteve os direitos políticos do ex-presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP). A ‘revolta’ ou ‘rebelião’ do Conselho está hoje nas manchetes principais da Folha de S.Paulo, O Estado de S.Paulo e O Globo, trazendo seu presidente, Ricardo Izar (PTB-SP) lembrando que ‘não podemos esquecer das três grandes vitórias’, referindo-se às cassações de Roberto Jefferson (PTB-RJ), José Dirceu (PT-SP) e José Janene (PP-PR).

As três cenas remetem mais para eventos futebolísticos, tão ao gosto do presidente da República, do que para julgamentos – e expõe outras dúvidas:

Afinal, os parlamentares comemoraram ou lamentaram o quê? O resultado político da guerra partidária ou da supremacia do senso de Justiça? 
 
No caso específico da Comissão de Ética, a dissolução não é medida previsível, uma vez que a maioria dos deputados desautorizou seis de seus pareceres?

O que está em jogo: a Justiça ou a capacidade dos deputados acusados (e posteriormente absolvidos) de promover arreglos?

A imprensa de Brasília informou o (e)leitor sobre o risco de desmoralização do Conselho com a recusa às cassações sugeridas?