Folha: “Lula determina que Exército ajude o Rio”.
Globo: “Lula atende a pedido feito por Cabral”.
Estado: “Exército não vai policiar ruas do Rio”.
À primeira vista, o Estadão marcha com o passo errado.
Afinal, como registraram os concorrentes, os ministros da Defesa, da Justiça e do Gabinete de Segurança Institucional prometeram ontem à noite por escrito ao governador Sérgio Cabral Filho que as Forças Armadas passarão a tomar parte no Gabinete Integrado de Segurança Pública, no Rio de Janeiro. E que os militares terão presença mais ostensiva no entorno dos seus quartéis no Estado.
Cabral havia pedido a Lula que os militares começassem a patrulhar as áreas vizinhas às instalações das Armas. Pedido atendido, garante o Globo.
Pode não ser verdade. A repórter do Estado, Tânia Monteiro, banca que o pedido foi negado porque, para ser acolhido, dando aos militares funções de polícia, o governador, segundo a legislação, precisaria reconhecer que o sistema estadual de segurança é insuficiente para garantir a lei e a ordem no Rio – o que ele obviamente não tem a mais remota intenção de fazer.
Se assim é, a Folha e o Globo levaram ao pé da letra o que pode ter sido apenas fumaça – um gesto de Lula para não deixar o seu aliado carioca perder a face, sem que nada mude substancialmente na crise de segurança do Rio.
Mesmo porque outro pedido de Cabral, “o envio imediato” ao Estado de tropas da Força Nacional de Segurança Pública, já foi devidamente desidratado, por falta de infra-estrutura de transporte, alimentação, alojamento e equipamentos. E falta de superestrutura: “inteligência e estratégia”, como assinala Eliane Cantanhêde na Folha de hoje.
***
Os comentários serão selecionados para publicação. Serão desconsideradas as mensagens ofensivas, anônimas, que contenham termos de baixo calão, incitem à violência e aquelas cujos autores não possam ser contatados por terem fornecido e-mails falsos.