Ontem, o Estado fez a coisa certa. ‘Endossou’, como diz hoje o Observatório da Imprensa, a denúncia, divulgada originalmente nesse mesmo site, de que 50 deputados são donos de emissoras de rádio e TV, o que a Constituição proíbe.
Ainda ontem, como manda a ética do ofício, o jornal informou que ‘a denúncia resultou de uma pesquisa realizada pelo professor Venício A. de Lima, da Universidade de Brasília’, que escreve sobre concessões e radiodifusão no mesmo OI [o seu texto mais recente saiu em 27 de junho].
Por fim, o Estado informou que o Projor, a entidade mantenedora do OI, pediu ao procurador-geral da República que investigasse o escândalo.
Mas isso foi ontem. Hoje, o jornal se apropriou da história. ‘Estado revelou que pelo menos 50 deputados são donos de emissoras, apesar de a Constituição vetar’, diz o sub-título da nova matéria sobre o caso.
‘Revelou’, vírgula. Divulgou com grande destaque – no que fez muito bem – a denúncia do professor, a iniciativa do Projor, a publicação no OI. Hoje, professor, Projor e OI não merecem nem uma réles citação na matéria que dá sequência à da véspera.
Pois é. Quem te leu e quem te lê.
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