Sunday, 29 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Violência cultural

Bem-vindos ao Observatório da Imprensa.


Você é o melhor crítico de TV, você sabe porque prefere uma rede educativa ou uma rede cultural às redes de TV abertas e comerciais. Portanto, mais do que ninguém, você sabe porque a baixaria na televisão é anti-social, nociva, desagregadora e deseducadora.


Ao preferir um programa como o nosso você já está fazendo uma opção clara: está recusando a violência cultural. Este Observatório em seus quase cinco anos de existência já tratou da baixaria televisiva em seis edições.


Entre 1998 e 2000 era tabu falar em controle social de uma concessão pública e nós enfrentamos este tabu. Quando discutir a qualidade da tv sob a ótica dos direitos humanos era considerado ingenuidade, já estávamos assumindo esta ingenuidade e trazendo a este programa o então Ssecretário Nacional dos Direitos Humanos, o embaixador José Gregori. Já estiveram neste Observatório parlamentares de todos os partidos, juristas, educadores, psicólogos, inclusive a atual prefeita de São Paulo, Martha Suplicy, na condição de psicanalista. Aqui estiveram as principais ONGs, os críticos independentes, os anunciantes e representantes das emissoras. E a nós, como a nenhum democrata, jamais ocorrerá a idéia de restabelecer a censura ou disfarçá-la sob qualquer pretexto.


O controle social dos meios eletrônicos é aspiração legítima e envolve um conjunto de medidas que vão da adoção da auto-regulamentação, à obrigação de contratar ouvidores, da introdução do chip nos monitores à classificação dos programas por faixa etária. Voltamos hoje ao assunto porque em janeiro teremos um novo governo e em fevereiro um novo Congresso. Este é o momento para vencer impasses e tentar avanços. A questão da qualidade da programação ganhou dimensão nacional. Ela concerne a todos, a nós e a você, porque a tv é uma concessão pública com um formidável poder de penetração e, nessa condição, não pode ficar à revelia do interesse público. O poder concedente não é um governo, é a sociedade cujos interesses superam a duração dos mandatos. O Executivo é o intermediário, a sociedade deve ser a primeira beneficiária das concessões.


Assista ao compacto desse programa em:
www.tvebrasil.com.br/observatorio/videos.htm