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Não há volta: a sociedade brasileira quer discutir os fatos e, ao mesmo tempo, quer discutir como a mídia fez o registro. O massacre de Realengo é a prova disso.
Não se trata apenas de um psicopata que disparou mais de 60 tiros na escola onde estudou e matou 12 crianças desconhecidas. Trata-se de evitar que isso jamais se repita, nem vire mania, como aconteceu nos Estados Unidos. O sensacionalismo é nocivo quando se faz do criminoso uma vítima e o seu crime, façanha.
Realengo ficará muito tempo associado ao maior massacre escolar do Brasil, mas também poderá ser lembrado como exemplo de uma comunidade que está sabendo superar o luto engajada numa pauta humanitária. Realengo pode entrar para a nossa história se convencer nossos governantes a acreditar nas leis existentes e implementá-las com todo o rigor, ao invés de esperar milagres com novos códigos.
A paranóia de Wellington Oliveira converteu-se em tragédia porque o Estatuto do Desarmamento não está sendo devidamente obedecido, esta é a verdade. O medo só desaparecerá quando o cidadão sentir-se protegido pelo Estado, o revólver no bolso ou na gaveta não acaba, só aumenta a insegurança.
Realengo deve chamar a nossa atenção para a calamitosa situação da saúde pública na esfera das doenças mentais. Realengo deve converter-se em marco de uma cultura da paz.