Thursday, 19 de September de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1306

Projeto Giga: conectar escolas de todo mundo à internet

(Foto: StockSnap por Pixabay)

A Associação da Imprensa Estrangeira na Suíça (APES) em colaboração com o Centro Universitário de Informática da Universidade de Genebra, na Suíça, promoveu, com o apoio e presença de cientistas, um encontro centrado no projeto da Unicef e UIT – Como conectar todas as escolas do mundo à Internet.
Trata-se do Projeto Giga, em fase de implantação em algumas regiões do mundo, inclusive no Brasil. O projeto Giga, no seu formato global atualizado, será lançado oficialmente em Genebra, Suíça, no mês de setembro.

Alunos de escolas de todo mundo poderão se beneficiar do Projeto Giga. O Brasil possui 138.744 escolas, das quais 108 mil estão conectadas à Internet. Ou seja, 21,25% estão ainda excluídas do ambiente digital. A iniciativa global Giga é liderada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e pela União Internacional de Telecomunicações (UIT).

Além do Brasil, as nações recentemente integradas ao Giga são África do Sul, Barbados, Belize, Benin, Botsuana, República Dominicana, Guiné Conacri, Mongólia, Namíbia, Trinidad e Tobago e Zimbábue, totalizando 30 países contemplados pela iniciativa. Reportagem da ONU News apresenta detalhes do projeto cuja meta é conectar 25 mil escolas e 10 milhões de alunos nos próximos 18 meses.

A secretária-geral da UIT, Doreen Bogdan-Martin, afirma que o objetivo não é apenas conectar escolas, mas também capacitar os governos com ferramentas para alcançar a conectividade escolar universal. Doreen ressalta ainda a importância de levar para cada país soluções que atendam às suas necessidades únicas, “garantindo que nenhuma criança seja deixada para trás na era digital”.

No Quirguistão, por exemplo, o Ministério da Educação economizou quase US$ 250 mil por ano, o que representa 43% em seu orçamento. Em Ruanda, o projeto-piloto de conectividade escolar da Giga diminuiu os custos em 55% e aumentou a velocidade da internet em 400%, comprovando a eficiência do projeto que apresenta soluções de código aberto tornando a conectividade escolar mais barata e acessível para muitas nações.

Crianças desconectadas da Internet

Cerca de 1,3 mil milhão de crianças não têm acesso à Internet em casa e apenas metade das escolas do mundo estão conectadas. A exclusão digital afeta particularmente as pessoas mais pobres, as meninas e as pessoas com deficiência. Como resultado, os alunos perdem recursos digitais, a possibilidade de aprender remotamente (por exemplo, durante uma pandemia ou um período de instabilidade), bem como a oportunidade de desenvolver competências digitais.

O projeto prevê a colaboração com numerosas empresas multinacionais, tecnológicas, doadores, bem como especialistas financeiros, trabalhando em conjunto.

O número total de escolas no mundo é desconhecido (estima-se entre 6 e 7 milhões). O Giga criou um mapa de conectividade que fornece uma visualização em tempo real das escolas ligadas à internet. Até o momento, o projeto mapeou mais de 2,1 milhões de escolas em 140 países.

Uma em cada três pessoas não têm acesso à internet – incluindo mais de 1,3 mil milhão de crianças que não têm conexão em casa. Estima-se que metade da população mundial nas escolas permanece offline. Sem acesso à internet, as crianças perdem a oportunidade de aprender e prosperar em um mundo cada vez mais digital.

Mais informações:

Giga Project

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Rui Martins é jornalista, escritor, ex-CBN e ex-Estadão, exilado durante a ditadura. Criador do primeiro movimento internacional dos emigrantes, Brasileirinhos Apátridas, que levou à recuperação da nacionalidade brasileira nata dos filhos dos emigrantes com a Emenda Constitucional 54/07. Escreveu Dinheiro sujo da corrupção, sobre as contas suíças de Maluf, e o primeiro livro sobre Roberto Carlos, A rebelião romântica da Jovem Guarda, em 1966. Foi colaborador do Pasquim. Estudou no IRFED, l’Institut International de Recherche et de Formation Éducation et Développement, fez mestrado no Institut Français de Presse, em Paris, e Direito na USP. Vive na Suíça, correspondente do Expresso de LisboaCorreio do Brasil e RFI.