Se tivesse de escolher apenas um texto do que pude ler nos jornais do dia neste começo de manhã sobre o resultado do julgamento preliminar do mensalão no Supremo, como a melhor síntese do impacto político desse acontecimento sem precedentes, ficaria com a nota de 113 palavras que abre a seção Painel, da Folha de S.Paulo, editada pela jornalista Renata Lo Prete. Tem o título ‘Por que doeu’.
É só – e tudo – isso:
Em público, o Planalto fará as contemporizações de praxe. Em privado, porém, reconhece que o resultado do exame da denúncia do mensalão pelo Supremo saiu pior que a encomenda, e não apenas pela homogeneidade no acolhimento da peça do procurador-geral da República. ‘Os debates foram especialmente ruins para o governo’, diz um jurista simpático a Lula. Neles, os ministros avançaram no mérito de uma série de questões, contrariando o discurso das defesas de que apenas receberiam -ou não- a denúncia. Falaram claramente em ‘compra de apoio’ e fizeram referências explícitas à existência do mensalão. No mínimo, será difícil sustentar doravante o bordão oficial de que ele foi invenção ‘das oposições e da mídia’.
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