E agora, presidente?
Como diz um amigo meu, sempre pronto para a ironia, ele não pode expulsar do país o brasileiro Ronaldo, como quis fazer com o jornalista americano Larry Rohter, por causa da matéria sobre o seu ‘hábito de bebericar’.
Falando sério: os poderosos, de todos os credos e cores, sempre se acham no direito de falar sem serem contraditados. E se acostumam fácil fácil a esse bem-bom por causa do temor reverencial dos que o cercam.
Daí, Lula não pensou duas vezes antes de aplicar três vezes o adjetivo ‘gordo’ ao Ronaldão, febril e ausente da vídeo-conferência de ontem com que o titular do Planalto tratou de pegar carona no clima da Copa, aproveitando para dizer, autoritariamente, que os 11 de Parreira tinham ‘a obrigação’ de faturar o hexa.
E por isso também não poderia lhe passar pela cabeça que o ‘gordo, gordo, gordo’, carregando o peso do carma que o acompanha nas copas desde que amarelou na final com a França em 1998, reagisse com uma traulitada:
‘Dizem que estou gordo. Como dizem que ele bebe pra caramba. Tanto é mentira que eu sou gordo como deve ser mentira que ele bebe pra caramba ‘
Nunca foi tão apropriado o ditado sobre o que acontece com quem fala o que quer.
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