Wednesday, 18 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1318

BBC vai demitir 25% dos funcionários de seu serviço mundial


Leia abaixo a seleção de quarta-feira para a seção Entre Aspas.


 


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Folha de S. Paulo


Quarta-feira, 26 de janeiro de 2011


CORTES


Vaguinaldo Marinheiro


BBC demitirá 25% dos funcionários do serviço mundial


A BBC, serviço público de rádio, TV e internet do Reino Unido, anuncia hoje um corte de cerca de 25% dos funcionários de seu chamado serviço mundial, noticiário que é produzido em 32 idiomas para todo o mundo.


Dos 2.400 funcionários, 650 devem ser demitidos.


Serviços da Macedônia, da Albânia e da Sérvia serão fechados, assim como o que é feito em inglês para o Caribe e o produzido em português para a África. Setores de outros sete idiomas também deverão sofrer cortes.


A BBC Brasil, que mantém um site noticioso em português, deve ser poupada, ou ter cortes mínimos.


A intenção é economizar 46 milhões por ano (cerca de R$ 123 milhões).


O serviço mundial foi criado em 1932 e sempre foi bancado pelo Ministério das Relações Exteriores.


Essa atividade fazia parte da política do Império Britânico, que queria manter sua influência no mundo.


Mas o império acabou e, com a crise financeira, o atual governo resolveu repassar o custo do serviço mundial ( 272 milhões por ano, R$ 727 milhões) para o orçamento da BBC, que não foi aumentado.


Os sindicatos já anunciaram que farão greves para evitar as demissões e prometem uma manifestação para hoje no centro de Londres.


CORTES INTERNOS


Anteontem, a BBC já havia anunciado que irá fechar 200 sites e demitir cerca de 360 funcionários de seu portal no Reino Unido. A intenção é a mesma: cortar gastos.


Além de ter incorporado os custos do serviço mundial, a rede está com outros problemas de caixa porque suas receitas ficarão congeladas pelo período de seis anos.


A BBC é bancada por uma licença que todos os mo- radores do Reino Unido pagam para ter acesso à televisão. A taxa é de 145,50 (R$ 389) por ano.


Até 2016, essa taxa não será corrigida nem mesmo pela inflação.


 


 


Grupo proprietário do ‘El País’ vai cortar 18% dos empregados


O Prisa, grupo espanhol de mídia dono do jornal ‘El País’, anunciou ontem que demitirá 2.500 trabalhadores em todo o mundo, o que representa 18% do seu quadro de funcionários atual.


O corte atingirá cerca de 2.000 pessoas na Espanha e outras 500 em outras partes do mundo. No Brasil, o grupo é dono das editoras Moderna, Objetiva e Richmond e da Fundación Santillana, de incentivo cultural.


A companhia não descarta a possibilidade de haver uma nova rodada de demissões.


Em nota, a empresa afirmou que os cortes permitem ‘obter uma estrutura de custos adequada para competir com as companhias do setor em um mercado global’.


Além disso, a Prisa diz que quer ‘se transformar em uma nova companhia, focada não somente na produção e na distribuição de conteúdos nas línguas espanhola e portuguesa mas também no uso de novas tecnologias’.


Em novembro de 2010, a família Polanco, dona do Prisa, vendeu parte da empresa para os investidores dos EUA Martin Franklin e Nicolas Berggruen, fundadores da Liberty Acquisitions Holdings, o que permitiu a renegociação da dívida de cerca de € 5 bilhões.


Por conta da entrada dos investidores na operação, no fim do ano passado a imprensa espanhola já havia adiantado a possibilidade de realização de cortes.


Em dezembro último, a companhia vendeu 44% da Digital+, sua plataforma de TV paga, para Telecinco e a Telefónica pelo valor de € 976 milhões.


 


 


TODA MÍDIA


Nelson de Sá


Autocratas na mira


Culminando os protestos contra autocratas pró-americanos no Iêmen, na Jordânia e até na Arábia Saudita, esta com ativistas queimando os próprios corpos, todos com cobertura restrita às agências, a violência tomou ontem o Egito -e chegou, afinal, às manchetes ocidentais. O site do britânico ‘Guardian’ entrou logo cedo ‘ao vivo’ e a BBC World transmitiu do Cairo, mas o ‘New York Times’, a CNN e outros americanos resistiram até a noite.


Do canal Al Jazeera à revista ‘The New Yorker’, análises vinham alertando para o risco de se repetir em outras ditaduras árabes a revolta na Tunísia, que levou à fuga de seu presidente para a Arábia Saudita. Os avisos citavam a opressão de décadas conjugada à ‘deterioração econômica’ pós-crise.


‘FACEBOOK REVOLUTION’?


Na capa, na virada do ano, ‘O poder político da mídia social’, dizendo como ‘a tecnologia de comunicação vai ajudar a promover a liberdade’


A reação nos EUA à queda do ditador pró-americano na Tunísia foi creditar a revolta às redes sociais privadas dos próprios EUA. Foi o que fizeram Al Gore durante a Campus Party, no ‘Globo’, e o conselheiro do Departamento de Estado Alec Ross, na Folha. Ontem no ‘NYT’, um colunista proclamou a ‘Revolução Facebook’ na Tunísia.


Todos ecoam a capa da ‘Foreign Affairs’ de janeiro/fevereiro, destacando Clay Shirky, da New York University, para quem que ‘as ferramentas de mídia social tornam possível para os manifestantes questionarem seus governos’. O próprio site da revista já tratou de destacar um outro lado, afirmando que ‘não há evidência’ para a tese.


FÉ NO GOVERNO (E NO CAPITAL)


No gráfico destacado ontem pelo ‘FT’, intitulado ‘O Ocidente perde a fé’, a confiança nos bancos cresceu em três anos na China, na Índia e no Brasil, mas caiu nos EUA, na Alemanha e no Reino Unido


‘>‘Economist’ e ‘Financial Times’ deram que, às vésperas do Fórum de Davos, a consultoria Edelman divulgou novo Barômetro da Confiança, sua pesquisa com ‘5.000 indivíduos educados, ricos e bem-informados de 23 países’.


Nos destaques, a confiança dos americanos nas empresas privadas caiu ‘fortemente’ em um ano, de 54% para 46%. Caiu também a confiança no governo, de 46% para 40%.


Por outro lado, a revista aponta ‘níveis marcadamente altos de confiança nos governos no Brasil, 85% neste ano contra 39% em 2010, e na China, 88% contra 74%’. E no Brasil a confiança nas empresas privadas aumentou para 81%, contra 62% em 2010.


LONDRES EM CHOQUE


Em meio à revolta no Egito e às indicações do Oscar para ‘O Discurso do Rei’, todo o alto da home do londrino ‘FT’ foi ontem para o ‘choque’ do encolhimento de 0,5% da economia do Reino Unido, no último trimestre de 2011. Usando a mesma expressão, ‘choque’, foi destaque também de ‘Economist’, ‘Guardian’, ‘Telegraph’ e outros britânicos. E as análises já especulam com ‘estagflação’, estagnação com inflação, e ‘forte risco de segundo mergulho recessivo’.


A NOVA DANÇA


Na capa, Gideon Rachman aponta a relação China-EUA como ‘um microcosmo da nova relação entre potências desenvolvidas e emergentes’


Já postado ontem no site, em PDF, o ‘Financial Times’ publica hoje 12 páginas sobre ‘O Mundo 2011’, com textos de seus principais analistas sobre ‘a nova dança entre Oriente e Ocidente’ e publicidade de empresas de energia e finanças. Na contracapa inteira, uma foto do Pão de Açúcar em anúncio do Bank of America, prometendo ‘insight de mercado’.


No segundo texto de maior destaque, com foto de Guido Mantega, Alan Beattie faz um resumo sobre os meses de ‘guerra cambial’ e avalia que ela ‘ainda é mais uma possibilidade do que uma realidade, até o momento’.


No texto sobre América Latina, focado no Brasil, John Paul Rathbone escreve que a região ‘precisa aprender a gerenciar seu êxito’, que trouxe problemas como a entrada de capital.


 


 


LITERATURA


A biblioteca de São Paulo


Ontem, dia de seu aniversário, a cidade de São Paulo ganhou de presente a reabertura da biblioteca Mário de Andrade, que desde setembro de 2007 passava por uma série de reformas. A coleção geral está novamente disponível para consultas -o que inclui parte das 51 mil edições raras e especiais. Com um acervo que reúne cerca de 3,3 milhões de itens, entre livros, jornais, mapas, obras de arte e outros documentos, a biblioteca paulistana é a segunda mais importante do país, depois da Nacional, com sede no Rio.


A prefeitura, com apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), empregou R$ 16,3 milhões na melhoria das instalações. A reforma abarcou diversos aspectos, como readequação de salas, impermeabilização, restauro de móveis originais, implantação de acesso para deficientes e recuperação da fachada do edifício -um projeto art déco do arquiteto francês Jacques Pilon, concluído em 1942. O acervo geral também passou por um processo de desinfestação.


A então Biblioteca Municipal de São Paulo abriu-se ao público em 1926, com obras doadas pela Câmara da cidade. Foi a partir de 1935, com a criação do Departamento de Cultura e Recreação, tendo à frente o poeta, pesquisador e crítico Mário de Andrade, que a instituição passou a ganhar mais peso e projeção.


O acervo de obras raras, que começou a ser reunido já na década de 1920, ampliou-se com aquisições e doações de bibliotecas importantes, como as de Félix Pacheco, ex-senador e ministro das Relações Exteriores, e Paulo Prado, empresário, escritor e um dos patrocinadores da Semana de Arte Moderna. Coube a outro modernista, o poeta e ensaísta Sérgio Milliet -diretor de 1943 a 1959- inaugurar ali a seção de artes, com a primeira coleção pública de obras modernas do país.


A reabertura da instituição, que passou a se chamar Mário de Andrade em 1960, ocorre numa hora em que o estímulo à leitura parece ganhar algum alento no país, seja com a expansão do mercado editorial, seja por meio de iniciativas públicas e privadas. O investimento na reforma da biblioteca paulistana é sem dúvida um auspicioso sinal nesse sentido.


 


 


TRANSIÇÃO


‘O Estado do Paraná’ será publicado só na versão on-line


Depois de 59 anos de existência, o jornal ‘O Estado do Paraná’, de Curitiba, deixará de ser impresso e passará a ser publicado apenas na versão on-line.


A medida foi anunciada pelo empresário Paulo Pimentel, ex-governador do Paraná e dono do grupo que edita o jornal.


O jornal tem tiragem diária média de 20 mil exemplares durante a semana e de 25 mil no domingo, segundo o grupo.


O outro jornal do grupo, ‘Tribuna do Paraná’, de perfil mais popular e tiragem diária de 30 mil exemplares, continuará a ser editado.


Não foi fixada data para o fim da versão impressa -o processo ainda deve durar alguns meses.


Caminho semelhante foi adotado pelo carioca ‘Jornal do Brasil’, que depois de 119 anos deixou de publicar sua versão impressa em agosto.


 


 


PROPAGANDA


Ligia Sotratti


Campanha contra a dengue ataca mosquito ‘argentino’


Um jogador brasileiro chuta uma bola contra o adversário, um mosquito Aedes aegypti, vestido com o uniforme da Argentina. Os dois estampam uma das peças publicitárias da Prefeitura de Barretos (423 km de SP) lançadas para combater à dengue no período de chuva.


São quatro mensagens espalhadas por outdoors em 15 pontos da cidade. Outra peça, com a foto de uma moça de biquíni, diz: ‘Hoje ela faria 17 anos. No verão passado conheceu a dengue’.


A proposta, segundo o diretor do departamento de Comunicação de Barretos, Marcelo Murta, é usar imagens que choquem ou causem polêmica para chamar a atenção para o combate à doença.


Em 2010, a cidade já tinha polemizado ao usar a imagem do rosto de uma pessoa com dengue hemorrágica.


Para o diretor da Associação dos Profissionais de Propaganda de Ribeirão Preto, Carlos Aiello, Barretos segue a tendência da publicidade.


‘É comum usar mensagens de impacto. Se não chocar, não tem mudança de comportamento’. Ele condena, porém, o uso da rivalidade com os argentinos. ‘É uma apelação.’


Em 2011, o município já registrou 13 casos da doença.


 


 


TELEVISÃO


Keila Jimenez


Esportivo empaca fila na Globosat


Anunciado como uma das novidades da Globosat ao lado do Viva, o canal esportivo Zona de Impacto segue na fila de espera da TV paga.


Dedicado a esportes radicais e viagens de aventura, o Zona de Impacto chegou a ter sua estreia programada para o primeiro trimestre de 2010, mas não encontrou espaço nas operadoras de TV paga.


Para 2011, segue como prioridade da Globosat, que promete não lançar nenhum canal na frente do esportivo, que pode entrar na Net no segundo semestre.


Com isso, a fila aumenta, uma vez que a Globosat tem a intenção de lançar um outro canal, voltado para o humor.


ODETE


Wolf Maya dirige Roberto Maya, Monique Alfradique e Beatriz Segall, que viverá a maldosa Maria Beatriz na nova minissérie da Globo, ‘Lara com Z’


O NÚMERO É…


A cobertura das enchentes no Rio rendeu à Globonews o primeiro lugar em audiência na TV paga do dia 10 ao dia 16 de janeiro. Mais de 9 milhões de telespectadores diferentes passaram pelo canal durante esta semana.


Solitário A nova temporada do game show ‘Mega Senha’, da Rede TV!, deve voltar ao ar no primeiro semestre, só que desfalcada: por conta da gravidez, Luciana Gimenez deixará o game só sob o comando do marido, Marcelo Carvalho.


A FRASE É…


Muitos problemas pessoais…


DÉBORA BLOCH


Atriz, ironizando a ausência dos colegas Cauã Reymond, Alinne Moraes e Débora Duarte na coletiva de ‘Cordel Encantado’, próxima novela das 18h da Globo


Fundo Conspiração e Bossa Nova estão entre as 43 produtoras que participam do pitching (avaliação de projetos) da TV Cultura, nesta semana, para selecionar obras audiovisuais por meio de investimento da Ancine (Agência Nacional do Cinema).


Chance Como a coluna antecipou, ‘Junto e Misturado’ terá nova temporada na Globo. Começa a gravar em abril.


Retorno Longe das novelas desde 1986, quando fez ‘Cambalacho’ (Globo), Luiz Fernando Guimarães voltará como o mordomo Nicolau na próxima trama das 18h, ‘Cordel Encantado’.


Troca Jonas Mello não acertou o salário, e o papel do coronel de ‘Amor e Revolução’, nova novela do SBT, ficará com Mario Borges.


A PERGUNTA É…


O que uma repórter do ‘Hoje em Dia’ (Record), que foi cobrir o aniversário de São Paulo na praia, espera ouvir ao perguntar para um banhista : ‘Tá gostando do feriado?’


Invisível Mauro Wilson já começou a escrever um seriado baseado no longa ‘Mulher Invisível’. Será uma produção curta, com oito episódios, e pode estrear no segundo semestre, na Globo. Assim como no filme, Luana Piovani deve ser a protagonista.


com SAMIA MAZZUCCO


 


 


 


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O Estado de S. Paulo


Quarta-feira, 26 de janeiro de 2011


ITÁLIA


Berlusconi discute ao vivo com apresentador de TV


O premiê da Itália, Silvio Berlusconi, acusado de prostituição de menores e abuso de poder, perdeu o controle e insultou o apresentador de um especial da televisão sobre o caso. ‘Infame’, ‘repugnante’ e ‘desprezível’ foram os insultos que Berlusconi proferiu por telefone ao jornalista Gad Lerner, acusando-o de ‘deformar a realidade’.


O chefe de governo interveio no programa sem ser convidado para defender uma das envolvidas no escândalo, a dentista e assessora de seu partido Nicole Minetti, também acusada de indução à prostituição e de recrutar jovens que participavam das festas particulares na casa do premiê.


 


 


TELEVISÃO


Novo júri refresca o American Idol


A 10.ª temporada de American Idol – que estreou há uma semana nos EUA e chega ao Brasil neste sábado, às 20 horas, no canal Sony – finalmente trouxe alguns prós. Quando foi lançada a nova edição, o reality show teve a pior audiência de todas as suas estreias, caindo 13% em relação à temporada anterior. Porém, 26,2 milhões de espectadores vencem facilmente qualquer concorrente. Quando os novos jurados tomaram seus lugares, pela primeira vez na história do reality, as inseguranças dos competidores não foram espelhadas na mesa do júri.


Jennifer Lopez e Steve Tyler são astros de longa carreira, que não têm nada a perder nem a ganhar sendo parte do American Idol. Isso significa que eles não estão desesperados para se estabelecerem como personalidades. Depois do comportamento bipolar do painel do ano passado, com Ellen DeGeneres e Kara DioGuardi, o humor confiante de Tyler e a graça natural de Jennifer provocaram um alívio tão abençoado que a maior questão da noite – pode o reality sobreviver sem Simon Cowell? – foi eclipsada pela realização de um show com um painel de jurados que não é doloroso de se ver.


‘Garota, você tem muito drama, mas nenhuma nota’, Tyler disse a uma candidata durante a estreia do reality, mostrando que sabe dizer a verdade de forma divertida, mas não hostil. Há algo tão profissional e amigável no novo trio de jurados que até Jackson parece novinho em folha, mais relaxado e menos dependente de tiques cansativos e posturas previsíveis.


Jackson e outras tantas pessoas disseram que Cowell era insubstituível e isso certamente é verdade em termos de crítica cruel. Mas, mais do que isso, Cowell via o concorrente sob o olhar do homem do dinheiro que vê o sucesso como uma fórmula de marketing. Ele não via a habilidade artística de equilibrar paixão, dedicação e o controle emocional necessários para ser bem-sucedido. Tyler e Jennifer, por outro lado, são artistas que buscam o talento fazendo com que o reality seja mais interessante. Eles podem ver algo que os outros jurados do passado não conseguiam enxergar. Pode ser que Cowell venha a fazer falta, mas, por hora, é bom ver dois jurados que não estão preocupados em se transformarem em astros.


 


 


 


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