Bem-vindos ao Observatório da Imprensa.
Em 11 de setembro de 2001 a mídia dos países democráticos foi transformada num campo de batalha. Sem a mídia, o terrorismo não teria repercussão. Agora, a mídia converteu-se num grande fórum para discutir e julgar o contra-terrorismo.
A execução de Osama bin Laden não vai acabar com os atentados e massacres de civis inocentes, mas acaba com o mito da invencibilidade do fanatismo político-religioso. O quadro mudou drasticamente e as revoltas que estão ocorrendo há cinco meses na África do Norte e Oriente Médio estão contribuindo para esta reversão.
Convém lembrar que o processo só se completará quando a sociedade civil mundial tiver condições de perceber que o fim do terrorismo passa obrigatoriamente pelo fim do fanatismo religioso, todos os fanatismos religiosos. Consagrar a tolerância e o respeito à diversidade levará ainda muito tempo mas é possível estabelecer uma fronteira racional entre o poder da fé e o poder do Estado.
Em Toledo, Espanha, há mais de mil anos, as três principais religiões monoteístas conviveram pacificamente e juntas produziram o que foi conhecido como a primeira "Idade de Ouro". Está em nossas mãos reproduzir aquela convergência.
Basta compreender que a noção de guerra santa é uma das invenções mais diabólicas do homem.