Saturday, 23 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Os números da inépcia

O Jornal do Brasil fez há alguns dias um dever de casa simples. Levantou que dos R$ 22 bilhões em investimentos previstos no orçamento 2005, apenas R$ 886,8 milhões haviam sido gastos pelo governo até o final de julho − o equivalente a só 4% do total. Os investimentos deixariam a desejar mesmo se fossem incluídos os chamados restos a pagar do exercício anterior desembolsados neste ano. Somariam apenas R$ 3,4 bilhões (15,4%). Noticiou-se depois que o governo vai liberar mais 1 bilhão de reais. Esse acréscimo, sem contar outras liberações, leva o total gasto no ano a 8,57% dos 22 bilhões de reais previstos no orçamento.


O único efeito colateral positivo é a diminuição da roubalheira. Quando foi governador de Minas Gerais pela segunda vez, entre 1991 e 1995, Hélio Garcia ficava longas temporadas sem ir ao palácio e sem receber secretários. Defendia essa preguiça governamental com o argumento de que estava diminuindo os prejuízos do estado. No início de seu atual mandato, o governador do Espírito Santo, Paulo Hartung, evitou que a arrecadação do estado crescesse, porque uma parte dela ia direto para o crime organizado.