O ano passado foi um dos mais complicados dos 132 anos de história do Washington Post, avalia o ombudsman Andrew Alexander em sua coluna de domingo [3/1/10]. A equipe enfrentou mais planos de aposentadorias voluntárias antecipadas. Houve revolta na redação, que sofreu reestruturações com a integração das operações online e impressa. O jornal também passou pelo mais amplo redesign em mais de uma década. A integridade jornalística foi prejudicada pelo plano– fracassado – de vender patrocínios para jantares envolvendo repórteres e editores.
Por isso, todos do Post – incluindo o editor-executivo Marcus Brauchli – esperam que 2010 seja menos turbulento. Brauchli completou recentemente seu primeiro ano no cargo. Na semana passada, ele e os editores Liz Spayd e Raju Narisetti tiveram uma reunião sobre o ano que se inicia. Não estão planejadas grandes mudanças, mas muito será feito nas operações online.
Novidades
A cobertura de economia será expandida por meio de um acordo com a Bloomberg News. As notícias locais de esporte terão mais espaço no site, com um ‘microsite’ interativo com foco nas partidas de escolas secundárias. Nesta página, pais e alunos poderão postar fotos e vídeos dos jogos, além de comentários. Já a cobertura política será incrementada, especialmente diante das eleições para o Congresso este ano, e terá uma navegação melhorada e mais conteúdo de outras fontes. A seção de notícias internacionais será ampliada com conteúdo da revista Foreign Policy, de propriedade do grupo The Washington Post Co.
Apesar de um quarto semestre forte, o jornal perdeu milhões de dólares em 2009 e deve apresentar prejuízo em 2010. A tiragem declinou nos últimos anos, mas de forma modesta, quando comparada a outros diários metropolitanos. O público do impresso é formado, em sua maioria, por leitores mais velhos, e não há evidências de que um número maior de leitores jovens adquiram o hábito de ler jornal. Por isso, o Post deve fazer o possível para manter a lealdade de seus leitores do impresso, ao mesmo tempo em que se prepara para conquistar a audiência da web.
Hoje, apenas 19% dos que leem o jornal vão até o site do Post; 86% da audiência do site é de fora da área de circulação do diário. Em novembro, o Post registrou 11,3 milhões de visitantes únicos online – número 28% maior que o do mês anterior e 2% maior que o de novembro do ano passado, quando houve a eleição presidencial americana. ‘As mudanças do ano passado construíram uma base que nos permitirá sermos mais ágeis em como cobrimos as notícias e como lidamos com audiências diferentes, a online e a do impresso’, diz Brauchli.