Liguei o computador para escrever uma nota sobre a timidez dos repórteres que deixaram o médico da seleção, José Luis Ronco, dizer com a maior naturalidade que ‘não tinha a menor noção do que ocorreu com Ronaldo na final com a França em 1998’ porque nunca olhou a ficha médica do atleta daquela época – algo inadmissível ou pura e simples inverdade -, quando topei com a notícia da morte, por ataque cardíaco, do humorista Bussunda, na Alemanha.
O artista do Casseta&Planeta proporcionou a muitos e muitos milhões de brasileiros porções semanais garantidas de gargalhadas. Era um palhaço escrachado – como os políticos e os programas de TV que satirizava. Com a diferença de que ele era nosso aliado.
Inevitável o pensamento: com tanto mau-caráter vivo da silva por aí, vai-se embora justamente um cara cuja inteligência, talento e olhos bem abertos para o Brasil nos ajudavam a suportar a vil tristeza de tanta coisa do cotidiano nacional.
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