Monday, 25 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Jornal sem papel poderá ter mais reportagem

A Veja notícia na edição desta semana o surgimento da primeira versão de um jornal para ser lido em tela digital. É o DeTijd, de Bruxelas. São apenas 200 leitores, por ora, mas é assim que as novas tecnologias ocupam seu lugar. Quando a televisão começou no Brasil havia no país 250 aparelhos, praticamente todos contrabandeados. Há testes também na França e nos Estados Unidos.


Onde entra a economia: no limite, se as empresas jornalísticas não precisarem mais gastar em papel, impressão e distribuição – porque o equivalente a essa despesa vai correr por conta do leitor, como acontece na internet –, os recursos poupados poderão ser gastos para contratar jornalistas e permitir que eles se movimentem em busca de boas reportagens. Isso não seria feito de um dia para outro, mas as empresas mais lúcidas e sérias deveriam se comprometer a usar assim a redução de custos.


É bom ter em mente que essa transição será gradual. Por um bom tempo os dois suportes – papel e tela digital – vão conviver. Mas pensar na preservação florestal que a nova tecnologia promoverá (admitindo-se que ela mesma não venha a criar novos problemas ecológicos), quando chegar também aos livros e cadernos escolares, leva a crer que, quando a nova modalidade se afirmar, ninguém poderá segurá-la. Gráficos, preparem-se.