Bem-vindos ao Observatório da Imprensa.
A observação da imprensa compreende críticas, denúncias e compreende também celebrações. Se o objetivo é buscar a excelência no jornalismo e promover um maior rigor nos padrões de exigência, o louvor pode ser mais efetivo e duradouro do que as reprovações.
Estamos hoje aqui para saudar uma façanha jornalística, não obstante seu teor acabrunhante, doloroso. Estamos acostumados: as imagens mais ousadas, os relatos mais comoventes e as edições mais tocantes são geralmente as mais arrasadoras. O jornalista, por mais perfeito que seja, não é responsável pelo estado do mundo, seu papel limita-se a descrevê-lo, chorar suas mazelas.
Míriam Leitão é uma das mais conhecidas jornalistas brasileiras. Imparável: de manhãzinha está no “Bom Dia, Brasil”, logo em seguida na rede CBN, na hora do almoço apresenta outro boletim na mesma CBN, à tarde escreve o seu artigo diário no Globo e ainda apresenta semanalmente o “GloboNews – Míriam Leitão”. Sua especialidade seria árida não fosse ela uma personalidade mercurial, criativa, surpreendente.
Na noite de sexta, 2 de março, Míriam Leitão sacudiu o país com um documento arrepiante: “O Caso Rubens Paiva”. Com o repórter Cláudio Renato, do jornal O Globo, Míriam reconstituiu o episódio do sequestro do ex-deputado de 41 anos por agentes do regime militar, o mais notório dos 183 desaparecidos cujos paradeiros serão examinados pela Comissão da Verdade.
Com jornalismo deste quilate não existem histórias inacabadas.