Pode-se imaginar o que disseram maus conselheiros ao governador Claudio Lembo (entrevista ao Terra Magazine, reproduzida na Folha de S. Paulo de sábado, 20/5).
É a tal história da “fria” burguesia branca. Tem raízes.
O conde Francisco Matarazzo convocou o arquiteto de Benito Mussolini para projetar o prédio sede das Indústrias Reunidas Matarazzo, inaugurado em 1939. Desde 2004 o prédio é a sede da prefeitura de São Paulo.
Ao morrer, em janeiro do mesmo ano, outro conde, o também industrial Rodolfo Crespi, deixou 500 mil cruzeiros para Mussolini. Foi enterrado com uniforme fascista.
Essa parte da história paulista, mais especificamente paulistana, é sistematicamente negligenciada no discurso oficial produzido principalmente pela mídia. E as pessoas ficam sem entender direito quais são os fundamentos ideológicos do reiterado padrão de violência no trato das questões sociais. Em São Paulo e no Brasil.
É claro que falar numa só “burguesia” é cultivar a imprecisão. Mas não se pode jamais perder de vista a força das correntes reacionárias em São Paulo. De Plínio Salgado à Oban, passando pela TFP.