‘‘A imprensa comete erros, muitos e graves, mas, na sua essência, ela se afirma quando fiscaliza o poder em favor da cidadania.’ – Eugênio Bucci, jornalista
Quando a imprensa mostra sensibilidade e um atento poder de fiscalização quem ganha é a sociedade. O POVO puxou o debate sobre uma das 26 mensagens – depois acrescida de mais uma – enviada extraordinariamente pelo governador Cid Gomes à Assembleia Legislativa. Exatamente a que liberava o Estado da licença ambiental. Na edição do dia 14, a editoria Política manchetou ‘Governo quer algumas obras sem licença’ e incendiou a discussão. O jornal focou as forças em um assunto que passou inicialmente despercebido por outros veículos. A maioria optou em, burocraticamente, dar a notícia solta dentro do ‘pacote’ de projetos.
O jornal acertou ainda em ouvir ambientalistas e colocar o assunto para debate em outras editorias, inclusive com Editorial. A sociedade reagiu e cobrou um posicionamento dos parlamentares. O tema ganhou um destaque que talvez o governo, com maioria na casa, não esperava. Ficou patente o desgaste político entre o governador e Lúcia Teixeira, da Superintendência Estadual do Meio Ambiente do Ceará. Cid chegou a dizer que desconhecia o que assinava. Tudo noticiado pela imprensa. O resultado é que o projeto, mesmo aprovado, teve que sofrer mudanças e pode até ser anulado. Assim deve trabalhar a imprensa: fiscalizando, confrontando e apostando na análise dos atos que interferem na vida do cidadão. Só faltou mesmo ao jornal publicar, no final da votação, um quadro com as 27 mensagens aprovadas.
Mascotes na redação
A editoria Esportes criou para o Campeonato Cearense três personagens diferentes: Leôncio, Peixoto e Alvino, respectivamente mascotes de Fortaleza, Ferroviário e Ceará. O recurso não é novo. É bastante utilizado por revistas especializadas para motivar o leitor/torcedor. Mas é preciso ter cuidado. Alguns adjetivos a mais são suficientes para aumentar a animosidade do torcedor, que nem sempre sabe diferenciar brincadeira de provocação. Segundo o editor adjunto de Cotidiano, Rafael Luis, o objetivo é criar ‘um espaço que tivesse a linguagem do torcedor e que oferecesse um algo a mais na apresentação dos jogos’.
Indagado se a seção pode contribuir para violência, ele disse que por ser lúdico, o futebol se tornou uma paixão. ‘O foco é o lado cômico, não o estímulo à violência’. Ainda bem, ficaria preocupado se fosse. Porém, um fato é o torcedor falar na arquibancada ou na rua e outro é o jornal publicar frases como, por exemplo, a atribuída a Leôncio: ‘Atenção rivais, tremei!’. Ligar o sinal de alerta é uma recomendação mais que necessária para evitar problemas com a imagem do jornal e a boa saúde do torcedor.
Regionalidade
O professor Eudes Moreira, que afirma ser leitor do O POVO há 20 anos, diz estar preocupado com o enfoque nacional dado pelos colunistas de Economia e Política. ‘Quando o jornal discutiu o estaleiro foi muito bom, mas de um tempo para cá tem sido somente fatos nacionais’, explicou. Sempre peço aos leitores para analisarem mais de uma edição. Isso evita julgamentos errados. No período de seis dias – domingo (16) a sexta-feira (21) – foram publicadas 24 colunas/artigos. Desses, 12 tratavam de temas locais e 12 nacionais. O POVO é um jornal regional e prioriza essa questão, mas não esqueçamos que o Ceará está inserido no cenário nacional e falar nas irregularidades da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), por exemplo, também é de interesse local, afinal um dos suspeitos (Danilo Forte) é deputado federal eleito pelo povo cearense.
Esquecido pela mídia: A Escola de Turismo que seria instalada no edifício Panorama Artesanal.
FOMOS BEM
ESPECIAL Armas.
FOMOS MAL
ENTREVISTA com Secretário de Esportes.’