Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

O Estado de S. Paulo

CUBA

Internet rápida chega a Cuba, não aos cubanos

A instalação do cabo de fibra óptica entre Venezuela e Cuba, para modernizar o acesso à internet na ilha, não deve trazer benefícios aos cubanos, mas sim ampliar o controle da informação – e da banda larga. A substituição da conexão por satélite vai reduzir custos, mas a rede permanecerá censurada. O acesso rápido, porém, deve ajudar a disseminar a ‘web extraoficial’, impulsionando inovações tecnológicas para a troca de informações.

A joint venture cubano-venezuelana para a instalação dos 1.600 quilômetros de cabos submarinos burla as sanções dos EUA, que proíbem a ilha de ter acesso a cabos de fibra óptica que fazem a comunicação com o mundo todo. Os trabalhos começaram este mês e devem ser concluídos na segunda quinzena de fevereiro. A internet rápida será habilitada no segundo semestre e ampliará a velocidade da conexão em 3 mil vezes – de 209 megabytes para 640 gigabytes. O projeto, bancado pela Venezuela, custará US$ 70 milhões – cerca de 800 mil barris de petróleo.

O reflexo da mudança será sentido nos setores de pesquisa e educação, autorizados pelo governo a usar a web. Apenas 14% da população tem acesso à rede. ‘Em Cuba, a internet não é uma questão técnica ou econômica, mas política’, afirmou ao Estado o especialista cubano Eugenio Yáñez, que vive em Miami. ‘Não devemos esperar qualquer grande abertura para o acesso dos cubanos à web, já que a rede é controlada por um servidor estatal. O governo não será afetado pela mudança’, disse.

A internet rápida será oferecida apenas em centros públicos. Segundo Havana, não há verba para levar conexão até as casas. A banda larga, porém pode abrir um precedente para incentivar a população a cobrar maior acesso à web, principalmente com as mudanças econômicas previstas para este ano na ilha com o incentivo estatal ao setor privado.

Para Yáñez, a melhoria da conexão pode também ampliar as oportunidades para a população escapar da censura e trocar conteúdo considerado inapropriado pelo governo.

‘Qualquer conteúdo ilegal da rede gravado em pen drives, CDs e outros equipamentos portáteis pode ser copiado e divulgado. Essa informação pode abastecer a ‘web ilegal’ criada pelos cubanos, assim como existem hoje os sistemas de TV e as antenas parabólicas. Se o país tem uma conexão mais eficiente, os avanços tecnológicos e as oportunidades para a troca de dados são maiores’, afirmou Yáñez.

 

JORNAL

‘Estado’ tem maior alta de circulação e consolida liderança em São Paulo

O ano de 2010 foi positivo para os jornais brasileiros. No balanço de desempenho divulgado na semana passada pelo Instituto Verificador de Circulação (IVC), a circulação total dos títulos auditados teve alta de 1,5% em relação ao ano anterior. Entre os dez maiores títulos em circulação, a maior alta foi de O Estado de S. Paulo, que avançou 9% no ano, chegando à média anual de 236 mil exemplares.

Computando-se as edições impressa e digital, o Estado, mais antigo diário de São Paulo, registrou um crescimento de 11%. É o melhor desempenho entre os dez maiores jornais do ranking nacional medido pelo IVC.

O jornal também confirmou sua preferência tanto pelos paulistanos como pelos paulistas. Ao longo do ano, distanciou-se do seu principal concorrente, a Folha de S. Paulo, tanto na Grande São Paulo quanto no Estado de São Paulo, fechando o ano com média impressa de 227 mil exemplares, de segunda a domingo, no território paulista (veja quadros nesta página).

A Folha teve, em dezembro, circulação impressa média de 209 mil exemplares no Estado, tendo perdido 8% de sua circulação na região, enquanto o Estado ganhou 11% de exemplares impressos no mesmo período.

Na circulação total, impressa e digital, a média anual dos principais veículos também traz novidades no ano que acaba de se encerrar. A maior delas é a perda de liderança da Folha de S. Paulo para o jornal mineiro Super Notícia no mercado nacional. A Folha permaneceu com média anual de 294 mil exemplares no ano, e o jornal mineiro atingiu 296 mil em 2010 (leia texto nesta página). O jornal carioca O Globo aparece em terceiro lugar, com circulação média anual de 262 mil leitores no ano, seguido de outro jornal do Rio, o popular Extra, com 238 mil exemplares.

Em março de 2010, o Estado estreou novo projeto gráfico e lançou novos cadernos e seções. O Projeto Redesenho, coordenado pela área de Conteúdo com apoio do estúdio de design Cases, de Barcelona, foi considerado bem-sucedido em pesquisas feitas em dezembro com leitores de todos os jornais. Os leitores consideraram que o Estado ficou mais organizado, agradável e fácil de ler, e manteve a qualidade de conteúdo que sempre o caracterizou. Os Classificados também foram redesenhados.

‘Os investimentos que foram feitos na melhoria do jornal ao longo do ano, aliados a uma campanha bem-sucedida com os leitores, geraram um resultado positivo que vem permanecendo no mesmo nível no início deste ano’, diz João Carlos Rosas, diretor de marketing e mercado leitor do Grupo Estado. ‘A expectativa é de que o meio jornal se mantenha aquecido, com o crescimento de veículos como o Super Notícia e O Globo, que ampliaram suas participações no mercado leitor nos últimos meses do ano.’

Círculo virtuoso. O reconhecimento do mercado leitor e do mercado publicitário formam o que o diretor-presidente do Grupo Estado, Silvio Genesini, classifica de ‘círculo virtuoso’ para os produtos impressos e digitais do Grupo. ‘O jornal se destacou em reportagens e coberturas e consolidou-se como o mais admirado entre todos os veículos. Além disso, recebemos o Prêmio Caboré, um reconhecimento do meio publicitário, e voltamos a conquistar leitores, conforme mostram os dados do IVC’, diz Genesini. ‘Seja qual for o meio, tivemos o reconhecimento do mercado e dos leitores, o que nos permite seguir oferecendo conteúdos de qualidade. Isso é um círculo virtuoso.’

Genesini lembra que, entre as realizações planejadas para o ano, estava o objetivo de crescer no impresso. ‘Mas também avançamos e podemos ser lidos e vistos em plataformas como Android e iPad, no iPhone, em dois canais do MSN – um de notícias gerais e outro de esportes, em parceria com a ESPN’, explica. ‘A soma de tudo isso estende nosso alcance junto aos leitores e internautas em todas as plataformas possíveis.’

 

Redesenho e prêmios marcaram o ano do jornal

Um jornal mais bonito, mais organizado e mais agradável de ler. Tudo isso e, ao mesmo tempo, capaz de manter todas as tradicionais características de idoneidade, completude e profundidade das informações de O Estado de S. Paulo. Esse foi o retrato traçado pelos entrevistados que participaram da pesquisa que avaliou o novo visual do jornal.

Para a pesquisa, foram formados 11 grupos, com aproximadamente 200 pessoas no total, que discutiram diferentes edições. A pesquisa foi realizada em dezembro e reuniu assinantes e compradores do jornal que analisaram o projeto de redesenho, com mudanças gráficas e de conteúdo, lançado em março pelo Grupo Estado.

Os leitores foram convidados a opinar sobre o novo desenho gráfico. Tiveram oportunidade de julgar tudo o que ele trouxe. Entre as opiniões apontadas estava a de que o projeto organizou melhor a leitura do jornal, tornando mais evidente cada tipo de informação – de notícias a análises, comentários, críticas e reportagens especiais.

Os grupos entrevistados também gostaram da evidência gráfica dada aos colunistas do jornal. E elogiaram as novidades em termos de conteúdo acrescentados, como foi o caso das novas seções Planeta e Visão Global, além dos cadernos Sabático, C2+Música e Negócios.

O Estado ganhou, durante o ano, vários cadernos especiais, que também foram bem avaliados. Entre os cadernos que circularam com a edição normal do jornal estavam: Desafios do Novo Presidente, Dinossauros do Brasil, Guerras Desconhecidas do Brasil, México em Guerra, etc.

E as equipes de profissionais do jornal também realizaram coberturas especiais durante a Copa do Mundo e as Eleições, que utilizaram infografias de última geração para explicar melhor os fatos, muito bem recebidas pelos leitores.

Premiação. Vários trabalhos jornalísticos publicados durante o ano foram premiados. O jornal ganhou o Prêmio Imprensa Embratel, o Prêmio Allianz Seguro de Jornalismo e o Grande Prêmio Ayrton Senna de Jornalismo.Outros veículos do Grupo Estado também tiveram o reconhecimento do mercado. O portal estadão.com.br, por exemplo, foi apontado pela Fundação Nuevo Periodismo Ibero-americano como uma das quatro melhores práticas em redes sociais da América Latina.

 

‘Super Notícia’ é o maior jornal do País

Os leitores mineiros festejaram a ascensão do tabloide Super Notícia à condição de jornal de maior circulação no País, desbancando a liderança do diário paulistano Folha de S. Paulo. Desde que foram divulgados os dados relativos ao ano de 2010 do Instituto Verificador de Circulação (IVC), no começo da semana, o jornal popular, editado em Belo Horizonte, vem publicando as manifestações e aplausos de seus leitores na seção de cartas.

Lançado em maio de 2002 em Minas Gerais, o Super Notícia já tinha experimentado a sensação de liderança entre os maiores jornais do País em agosto de 2007, quando, por um mês, foi o jornal mais vendido do Brasil. Agora repetiu a façanha, mas desta vez graças à média anual de 296 mil exemplares, que o levou a superar a Folha, que manteve sua média anual na casa dos 294 mil exemplares. A liderança no ranking do jornal de São Paulo durou 24 anos.

Na lista dos dez maiores, o Super Notícia não é o único que segue a linha mais popular. Outros títulos voltados principalmente para as classes C e D também se destacam, como o Extra e o Meia Hora, do Rio, com 242 mil e 158 mil exemplares, respectivamente, além do Diário Gaúcho, do Rio Grande do Sul, com 151 mil exemplares.

Todos os populares exibem perfil semelhante. Usam e abusam de uma linguagem simples e direta. Têm preço mais baixo que os jornais tradicionais e o destaque noticioso quase sempre recai sobre as manchetes policiais.

Há um farto repertório de informações esportivas e de prestação de serviço, mas há também notícias sobre celebridades televisivas e entretenimento. A maioria opta pelo formato tabloide, menor que o dos jornais convencionais e mais fácil para ser lido em percursos de trem, ônibus ou metrô.

O Super Notícia pertence à Sempre Editora, que publica seis jornais e está debaixo do guarda-chuva do Grupo Sada, comandado pelo empresário e político do PSDB, Vittorio Medioli.

 

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Folha de S. Paulo – Domingo

Folha de S. Paulo – Sábado

Estado de S. Paulo – Domingo

Estado de S. Paulo – Sábado