Wednesday, 04 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1316

TV dribla tentativas de bloqueio de transmissão

Autoridades egípcias adotaram diversas táticas para impedir transmissões ao vivo da capital, Cairo, na sexta-feira passada [28/1], mas a maior parte das emissoras de notícias internacionais conseguiu continuar funcionando. As imagens muitas vezes tremidas e granuladas mostraram que o toque de recolher imposto pelo governo teve pouco efeito sobre os cidadãos.

A al-Jazira e outras redes exibiram imagens assustadoras de um grupo de manifestantes que tentava jogar uma viatura policial em uma ponte para dentro do rio Nilo. Posteriormente, os manifestantes atearam fogo no carro. Jornalistas no local foram impedidos de trabalhar por bloqueios de internet e celulares. Alguns foram, ainda, ameaçados por forças de segurança. ‘Recorremos aos nossos sistemas de apoio’, disse Tony Maddox, vice-presidente-executivo e diretor da CNN International. Ben Wedeman, correspondente veterano da CNN no Cairo, contou que travou uma luta dura com policiais egípcios que quebraram uma das câmeras de sua equipe. ‘Eles são antimídia no momento. A situação está um pesadelo para jornalistas’, observou Maddox.

Consistente

A cobertura mais consistente de TV veio da al-Jazira em inglês. A rede contou fortemente com a atuação de dois repórteres da sucursal do Cairo. A al-Jazira em inglês não é exibida na maior parte das empresas de satélite e cabo nos EUA, por isso muitos telespectadores no país tiveram de recorrer à internet para ver o canal. Mohamed Nanabhay, gerente do site do canal, informou que a sexta-feira [28/1] foi o dia mais movimentado no site da emissora – com tráfego em torno de 200 vezes maior que em um dia normal. Ele informou ainda que 45% do tráfego vieram dos EUA.

A CNN, que tem um canal internacional e dois nos EUA, tem presença mais robusta no Egito do que qualquer outra emissora americana. Na sexta-feira [28/1], a empresa tinha três correspondentes no país – um quarto jornalista se dirigia para lá.

Fora do Cairo, houve relatos esporádicos por telefone de Alexandria e Suez, duas outras cidades onde foram realizados protestos. O correspondente-chefe da NBC, Richard Engel, afirmou que a informação vinda de outras cidades era limitada. Informações de Brian Stelter [The New York Times, 28/1/11].