Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

TV Cultura demite 150 funcionários em SP


Folha de S. Paulo, 9/2/11


Keila Jimenez


TV Cultura deve gastar R$ 6 mi com demissões


Um dia após a Fundação Padre Anchieta, mantenedora da TV Cultura, anunciar a demissão de 150 funcionários, o clima de tensão toma conta da emissora. Internamente comenta-se que o número deve chegar a 200 até o final do mês. Há muitos funcionários em férias, que serão avisados do desligamento quando voltarem.


‘Se a direção da emissora quer que 70% da grade de programação seja produzida por terceiros, é provável que outros funcionários sejam dispensados’, diz o Sérgio Ipoldo, diretor do Sindicado dos Radialistas.


A Folha apurou que, só com essa leva, a Cultura vai gastar cerca de R$ 6 milhões com verbas rescisórias.


A maior parte desse dinheiro, R$ 4 milhões, veio de verba suplementar liberada pela Secretaria da Fazenda.


O corte atingiu todas as áreas da emissora -passando por produção, jornalismo, administrativo, parte de técnica e direção.


Na segunda-feira, foram dispensados 53 profissionais da emissora. Os demais serão comunicados da demissão ao longo da semana.


Os salários dos funcionários cortados vão de R$ 2 mil a R$ 30 mil reais, e as dispensas envolvem cargos de confiança e pessoas com mais de dez anos de casa.


As partes administrativa e de cargos ligados à gestão anterior, de Paulo Markun, também sofrearam baixas importantes. Entre elas, a que chama mais atenção entre os funcionários é a saída de Celso Tadeu, diretor administrativo levado para o canal em 2009, por Markun.


Várias atrações, como o ‘Vitrine’, perderam produtores antigos. O ‘Zoom’ deixará de ser programa para virar quadro no ‘Metrópolis’.


Procurada, a Cultura, via assessoria de imprensa, diz que não haverá mais demissões e que nenhum programa sairá do ar.


A reestruturação envolve também o encerramento de serviços terceirizados da Fundação Padre Anchieta, como gravações para a TV Assembleia. ‘Em janeiro, foi feita uma reunião com funcionários e dirigentes dos sindicatos dos Radialistas e dos Jornalistas, e a Fundac [Fundação para o Desenvolvimento das Artes e da Comunicação] se comprometeu a contratar todos os 96 funcionários, com um ano de estabilidade’, contou Ipoldo.


Colaborou Guilherme Brendler.


 


Folha de S. Paulo, 8/2


TV Cultura faz novo corte de custos e demite 150 funcionários em SP


A TV Cultura, administrada pela Fundação Padre Anchieta, informou ontem, por meio de nota, que desligou cerca de 150 funcionários do canal, todos da sede, em São Paulo.


Segundo a emissora, o corte faz parte de um projeto de reestruturação para adequar a grade, reduzir custos e investir em novos programas.


Desde o fim do ano passado já havia o boato de demissões entre os funcionários.


Por ser uma empresa pública, a lei proíbe a dispensa de contratados com carteira assinada três meses antes das eleições e até a posse do novo governo, que aconteceu no dia 1º de janeiro.


Todos os 150 funcionários eram contratados da emissora e pertenciam a diversas áreas.


No início de janeiro, a Cultura já havia fechado sua única sucursal no país. Desativou os trabalhos em Brasília e dispensou sete profissionais.


 


Correio Braziliense, 5/2


Tereza Cruvinel


A TV Brasil e os brasileiros no mundo


A data de envio deste artigo ao Correio Braziliense coincide com a viagem de trabalho aos Estados Unidos para ações de divulgação da TV Brasil Internacional neste país onde vive 1,5 milhão de brasileiros. As transmissões começaram em 15 de dezembro, quando todos nós, no Brasil, enfrentávamos o aperto de agenda típico dos fins de ano, agravado em 2010 pela transição de governo. O fato foi pouco divulgado aqui e passou batido no Brasil, onde as realizações da EBC raramente são registradas, a não ser quando a notícia é negativa.


Passados os ritos, eu e o gerente operacional do canal, Phidias Barbosa, viemos agora aos EUA a convite da operadora Dish Network, que distribui o canal. Chegamos com a nevasca que atinge o país. Começo falando da comunidade brasileira local, que sabemos ser numerosa mas cuja visibilidade sempre surpreende.


Em Newark, ela constitui verdadeira cidadela no Ironbound. O som da nossa língua ecoa pelas ruas e nelas você encontra lojas de pão de queijo, pamonha, self-services e churrascarias brasileiras. Elegemos o restaurante Casanova como ponto, seduzidos pela simpatia do dono José Moreira, mineiro de Ipatinga, que já nos recebeu com os telões do salão transmitindo o Repórter Brasil. Lá tivemos depois um encontro com os jornais, publicações e líderes da comunidade brasileira. Fico conhecendo, entre outros, os jornalistas Roberto Lima, do Brasilian Voice e Francisco Sampa, do Brazilian Press, o produtor Adnor Pitanga e o ativo publicitário José Nunes.


Na Dish, foi sorte contar com Vanessa Mael, brasileira que trabalha com canais de língua portuguesa. Mais que uma interlocutora, foi uma amiga. Ela programou encontro com os retaillers, os vendedores de assinatura e instaladores de antenas. Marcio Preto, outro mineiro, é o campeão entre eles. Depois, fomos com ela a Queens, visitar o enorme call center da operadora. Novamente a emoção de lá encontrar tantos jovens brasileiros, trabalhando em busca de algum sonho. Tarefa cumprida — instruí-los melhor sobre a programação —, a agenda mudou para Manhattan.


A neve e o frio aumentam. Passamos uma manhã com Edilberto Mendes, jornalista brasileiro que está em NY há 27 anos e é o editor do pioneiro The Brazilians. Como todos, ele gosta de nossa proposta, de incluir a comunidade na programação, o que já começamos a fazer no programa Brasileiros no mundo, criado pela Marilena Chiarelli, quando ela ainda estava conosco. Entre chás e cafés, ele nos dá outras dicas. Algumas, vamos levar para o Max Gonçalves, nosso gerente de programação. Mais tarde, ele nos apresenta a esse empresário empreendedor e bem-sucedido que é o João de Mattos, criador do Brazilian Day, celebração local do 7 de Setembro. Nos últimos anos, a TV Globo teve a louvável iniciativa de apoiá-lo e transmiti-lo. Ainda há contatos a fazer em NY e, se a nevasca permitir, iremos a Denver, Colorado, para reunião com a cúpula da Dish. Até aqui, valeu a pena.


O canal internacional da TV Brasil seria criado em algum momento, na linha do que fizeram todas as TVs públicas do mundo. É por meio desses canais que a nação se expressa, mesmo quando existem os canais comerciais. As três maiores emissoras privadas brasileiras têm os seus, como é sabido. Mas cabe ao sistema público de cada país realizar as transmissões que envolvem a nacionalidade. Quem acompanhou, viu que coube à TV pública chilena transmitir o resgate dos mineiros soterrados, assim como foi a TV pública argentina que transmitiu os funerais do ex-presidente Kirchner. A posse da presidente Dilma foi transmitida internamente por um pool liderado pela EBC. A TV Brasil Internacional disponibilizou o sinal para o exterior, utilizado inclusive pela CNN.


A criação do canal, eu dizia, teria demorado mais se não fosse a cobrança dos emigrados, que hoje somam 3,5 milhões. Na conferência que o Itamaraty realizou em 2009, eles nos cobraram muito o canal internacional. Na de 2010, pudemos dizer que ele já estava disponível em 49 países africanos, 13 latino-americanos, nos EUA e em Portugal. Em breve, estará em muitos outros, levando informação e cultura aos brasileiros que vivem fora e fortalecendo o novo papel do Brasil no mundo.


 


Folha de S. Paulo, 8/2


Keila Jimenez


Globosat quer lançar canais em HD e 3D


A Globosat planeja lançar ainda este ano três novos canais: dois com conteúdo inédito em HD e um todo em 3D.


Para o lançamento dos canais em alta definição (diferentes dos canais tradicionais da Globosat) a programadora encomendou um estudo de mercado.


Quer entrar em um novo nicho, com um canal infantojuvenil, por exemplo.


A Globosat também planeja o lançamento de um canal com conteúdo em 3D.


Já possui infraestrutura para isso e quer sair na frente. Ensaia as primeiras transmissões do gênero mesmo sabendo que a tecnologia ainda é novidade no país.


 


Folha de S. Paulo, 9/2/11


Keila Jimenez


Caio vira comentarista nº 1 e Falcão deve deixar Globo


As transmissões esportivas da Globo passam por grandes emoções.


Além da briga com a concorrência pelos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro, a emissora estaria realinhando narradores e comentaristas esportivos.


O ex-jogador Paulo Roberto Falcão é um dos que podem deixar o canal em breve.


O contrato do comentarista de futebol com a Globo vence neste ano e não deve ser renovado.


Fontes do mercado dizem que Falcão pretende voltar a ser técnico de futebol e, por isso, vai deixar a TV.


O comentarista já deu indícios de um possível desligamento da rede ao não ir à Copa da África, em 2010.


Outra mudança envolve os principais nomes do futebol na emissora hoje: Galvão Bueno e Casagrande.


O narrador expressa há tempos a vontade de trabalhar mais com o comentarista Caio, que comentava a maior parte dos jogos ao lado de Cleber Machado.


Com a troca, Caio deve virar o comentarista número um da emissora, atuando nas transmissões das grandes decisões e nos jogos da seleção brasileira.


Casagrande passaria a trabalhar mais com outros narradores da casa. Procurada, a Globo, via assessoria, não ligou de volta até o fechamento desta coluna.


 


 


O Estado de S. Paulo, 9/2/11


Alline Dauroiz


A malvada premiada


No último ano, a atriz Jane Lynch teve sua vida transformada. Um mês e meio antes de completar 50 anos, a atriz, lésbica assumida, casou-se em maio com a psicóloga Lara Embry, de 41, e – justamente ela que nunca foi chegada em crianças -, tornou-se madrasta da filha de Lara, além de compartilhar de uma batalha judicial para ganhar a guarda de outra filha. Na vida profissional, viu sua personagem, a malvada Sue Sylvester de Glee, explodir no mundo inteiro, foi indicada a importantes prêmios da TV americana e, após 22 anos de carreira, recebeu seu primeiro Emmy. Foi 2011 começar que a maré de sorte (ou reconhecimento?) continuou: em janeiro, levou um Globo de Ouro por sua performance na série, que estreia hoje a segunda temporada no Brasil, na Fox, às 22 h.


Em entrevista ao Estado, com a presença da imprensa internacional, a atriz mede sua popularidade e confessa, com humor, que tem muito a ver com a sarcástica Sue Sylvester.


Sue é muito popular, o que é estranho, porque ninguém gostaria de um tipo como ela dando ordens nas escolas. Porque acha que ela tem essa popularidade?


Em geral, as pessoas gostam do que a Sue Sylvester faz. Teve professor que me falou: ‘Deus, como gostaria de poder dizer o que você diz.’ (risos) E fico encabulada, porque ela é terrível. Tipo, qual é o seu ponto fraco? Pois é lá que eu vou cutucar. Não é uma coisa legal de se fazer. Mas às vezes você gostaria de poder.


Nem sempre séries musicais deram certo na TV. Qual o segredo de Glee?


Realmente pensei sobre isso. A série funciona porque segue a receita dos musicais de teatro, que leva o personagem a um ponto de emoção que ele não tem outra escolha se não se expressar com uma canção. Ninguém canta sem razão.


Você tem algo em comum com Sue Sylvester?


Tem essa atitude de guerreira, de ser mais durona do que realmente sou. Tenho esse lado agressivo. E não preciso cavar tão fundo para achar a Sue. Ela é parte exagerada de mim parte do (roteirista) Ian Brennan, que a escreveu. É essa parte da gente que é meio: ‘Você não vai tirar o melhor de mim e vou fazer você se sentir tão pequeno como eu me sinto bem lá no fundo.’


E a personagem foi escrita assim, ou você deu seu toque?


Foi escrita assim. Na descrição dela estava: ‘Sue Sylvester pode ou não ter posado para Penthouse (revista americana de nudez) e pode ou não tomar estrogênio de cavalo.’ Isso me deu o que seria a essência de sua crueldade, ela faz o que for preciso para ganhar. E Ian disse que se inspirou em (no criador da série) Ryan Murphy para criá-la, quando ele começa a se achar, e seu nariz começa a empinar. E sempre que Ryan me dirige, age como tal para que eu veja como fazer. E ele também vê a natureza do ator e coloca no personagem. Amo isso.


A roupa ajuda a compor a personagem? Quantos agasalhos ela deve ter?


Uns 20. Eles são confeccionados para mim. Amo. São o melhor guarda-roupa no mundo. Basicamente, trabalho de pijama. E claro que eles são uma armadura. Ela se imagina uma guerreira, um soldado. Foi ideia do Ryan. E mesmo com toda a variedade de cores, ela quer aquele uniforme diário que ela sabe que funciona e que as pessoas temem.


Você se identifica com alguém do elenco?


Com a Tina (Jenna Ushkowitz), porque ela fica lá no fundo, não faz alarde e as pessoas não sabem quanto ela é talentosa até que ela canta e você fica: ‘Nossa! Olha essa garota!’ Na escola, me agarrei ao fato de ser engraçada para poder atravessar esse universo, o que me fez especial, mas me protegeu.


E você sabe explicar por que Sue é tão cruel?


Quando comecei a interpretá-la, sabia que tinha de haver algum traço de vulnerabilidade, para que ela fosse tão ruim. Imaginei que ela foi difamada na escola e agora está se vingando. Mas eles me deram falas incríveis que explicam como ela se tornou o que é. Talvez ela tenha sofrido bullying. E a mãe dela, uma caçadora de nazistas interpretada por Carol Brunnet, aparece nesta temporada, e vemos que ela nunca esteve em casa e abandonou Sue e a irmã com Síndrome de Down. Então, ela é construída nessa armadura, mas tem uma ternura muito, muito profunda – num momento destrói as pessoas e no outro se solidariza. Ela é muito confusa (risos). Mas é humana.