Nos primeiros dias do mês de novembro, o número de pessoas que acessam a Web ultrapassou a casa do 1,5 bilhão, apontando um crescimento vertiginoso de 500 milhões de novos internautas desde 2005.
Caso este ritmo seja mantido, dentro de mais dois anos (2010) será superada a previsão de dois bilhões de usuários, feita originalmente para 2015, por organizações que monitoram o desenvolvimento da Web, como a Internet World Stats e o Projeto 50 x 15.
A internet é a tecnologia que depois, do telefone celular, registrou o mais rápido crescimento em toda a história da humanidade. Há pouco mais de 2,7 bilhões de telefones celulares em todo mundo, 35 anos depois do inicio da comercialização deste aparelho de comunicação interpessoal.
O automóvel tem cem anos de existência como bem de consumo e registra 800 milhões de unidades em uso no planeta. O telefone fixo é 100 anos mais velho e tem 1.3 bilhão de linhas em funcionamento em todo o mundo. A televisão existe há 60 anos e há 1,56 bilhão de aparelhos em uso.
Como há um processo de convergência entre os computadores conectados à internet e a comunicação móvel via celular, não vai demorar muito para que as duas tecnologias sejam praticamente interligadas, formando uma única e mega rede de comunicação.
O mais incrível deste crescimento vertiginoso é que ele está ocorrendo principalmente nos países mais pobres, em especial na África, onde a telefonia celular dá saltos de 100% ao ano em países como a Nigéria. É claro que em números absolutos, o total de celulares e PCs conectados à web na África ainda é ínfimo em comparação com Europa e Estados Unidos.
Segundo a Internet World Stats, o uso da internet africana cresceu 1.031% entre 2000 e 2008, superado apenas pelo Oriente Médio, que registrou uma taxa de 1.176% no mesmo período. Ao longo dos mesmos oito anos, a America Latina cresceu 669% em matéria de acesso à Web. Ainda segundo a World Stats, há 900% mais internautas brasileiros hoje do que há oito anos.
Para comparar, no mesmo período os Estados Unidos apresentou um ritmo de 220% no crescimento de sua população cibernética, contra 52% na Alemanha, 41,8% na Inglaterra e 36,2 na França e 94% no Japão.
Estes números mostram que o avanço da digitalização é mais rápido do que as previsões feitas pelos especialistas e indicam que o impacto das novas tecnologias sobre os valores que herdamos da era industrial será mais traumático do que se imaginava, porque a transição será mais curta.
Por esta razão, o sociólogo italiano Alberto Melucci adverte sobre as conseqüências sociais de mudanças súbitas em questões como direitos autorais, privacidade, relacionamentos sociais, descentralização acelerada e enfraquecimento do verticalismo administrativo.