Termina assim o principal editorial da Folha de hoje:
“A torcida brasileira […] merece uma Copa no Brasil. Mas o evento só se justificará se marcar uma mudança na atitude de dirigentes e autoridades. É preciso prestar contas e minimizar o gasto público.”
Muito bem, palmas. Mas os dirigentes e autoridades só mudarão de atitude – e olhe lá – se ficarem desde já sob marcação cerrada da imprensa.
O ideal seria que, a partir de agora, cada órgão de mídia fosse montando uma espécie de força-tarefa para acompanhar, lance a lance, a preparação para 2014.
O que a imprensa não fez no caso dos Jogos Panamericanos. Quando caiu em si, descobriu que se gastou quatro vezes mais do que se anunciara – e isso, pelos números oficiais.
Como ressalta, também na Folha, o colunista Janio de Freitas:
“Nunca foi apresentado o custo final e verdadeiro do Pan […] O que se sabe de certo é que os dados oficiais não são confiáveis, ou por incompletos alguns, ou porque falsos. Sem falar nas manipulações que multiplicaram custos de obras e equipamentos como milagres do padrão de moralidade nacional.”
É por ser o que é, precisamente, o padrão de moralidade nacional – do qual não escapa nem o leitinho das crianças –, para a mídia a Copa de 2014 precisa começar já.
E que entre em campo tendo à mão um alentado estoque de cartões vermelhos.