O técnico Carlos Alberto Parreira está coberto de razão com o penalti cometido pela Rede Globo ao recorrer a três jovens que aprenderam leitura labial para revelar no Fantástico o que ele conversava em particular com Zagallo no banco, durante o jogo com o Japão.
A invasão de privacidade praticada pela Globo não se justifica por qualquer ângulo que se a examine.
O caso não tem meios termos, nem circunstâncias atenuantes. A curiosidade do torcedor pelo que dizem técnicos e jogadores entre si é legítima. Inaceitável é a forma de satisfazê-la. Não existindo outra, paciência. Ninguém vai morrer se não ficar sabendo dos comentários do pessoal da seleção. Até o interesse público tem limites.
Na entrevista de ontem, Parreira acusou:
‘Erraram agora como erraram em 94, numa conversa minha com o Müller. O pior é que erram sempre, por incompetência.’
Nesse ponto, quem errou foi Parreira. Não foi incompetência. Foi deficiência ética mesmo.
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