Monday, 25 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

A deficiência ética da Globo

O técnico Carlos Alberto Parreira está coberto de razão com o penalti cometido pela Rede Globo ao recorrer a três jovens que aprenderam leitura labial para revelar no Fantástico o que ele conversava em particular com Zagallo no banco, durante o jogo com o Japão.

A invasão de privacidade praticada pela Globo não se justifica por qualquer ângulo que se a examine.

O caso não tem meios termos, nem circunstâncias atenuantes. A curiosidade do torcedor pelo que dizem técnicos e jogadores entre si é legítima. Inaceitável é a forma de satisfazê-la. Não existindo outra, paciência. Ninguém vai morrer se não ficar sabendo dos comentários do pessoal da seleção. Até o interesse público tem limites.

Na entrevista de ontem, Parreira acusou:

‘Erraram agora como erraram em 94, numa conversa minha com o Müller. O pior é que erram sempre, por incompetência.’

Nesse ponto, quem errou foi Parreira. Não foi incompetência. Foi deficiência ética mesmo.

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