Pelo menos um terço dos 134 jornalistas que foram encarcerados em todo o mundo desde janeiro de 2006 publicam páginas informativas na internet, seja como autônomos ou como assalariados de empresas jornalísticas. O levantamento consta de um relatório preparado pelo Comitê de Proteção aos Jornalistas , uma organização sem fins lucrativos criada em 1981 para denunciar arbitrariedades contra jornalistas no exercício da atividade. O total de jornalistas presos em 2006 supera o do ano anterior em 49 casos, coincidentemente o mesmo número de prisões de repórteres e editores que trabalham na internet, seja com blogs pessoais ou páginas web jornalísticas. Dos 24 países onde aconteceram prisões de jornalistas desde janeiro, a repressão foi mais intensa na China, Etiópia, Eritréia e Cuba, segundo os dados do informe do CPJ. A China lidera o ranking de jornalistas presos e foi o país que mais perseguiu a atividade de blogueiros independentes que praticam o chamado jornalism cidadão. Nos Estados Unidos foram detido dois jornalistas na internet que se recusaram a identificar fontes de informação. O relatório do Comitê de Proteção aos Jornalistas admite que a repressão aos jornalistas que trabalham na Web segue uma tendência em alta, desde 1997 quando foi feito o primeiro levantamento de prisões por atividade informativa na internet. O aumento do número de prisões mostra que os governos estão monitorando a internet com uma intensidade crescente e que a rede começa a se tornar um canal de informação alternativa que consegue furar o controle que os governos e a grande imprensa exercem sobre a agenda pública de debates. Outra preocupação dos autores do informe é o crescimento do número de jornalistas presos sem processo e em lugares não revelados. A Eritréia , um país africano em guerra civil há mais de uma década mantém nada menos que 11 jornalistas nestas condições.