Na ausência de novas emoções fortes, uma síndrome de abstinência vai afetar nos próximo tempos as mentes cansadas dos jornalistas… e dos leitores, ouvintes, telespectadores, todos parte do mesmo processo midiático.
Pela primeira vez em 15 semanas as capas das revistas semanais não tratam da crise do “mensalão”. Neste domingo, o Jornal do Brasil dedicou a manchete à comemoração de um ano da denúncia original, feita pelo jornal carioca e engavetada pelo então presidente da Câmara, deputado João Paulo Cunha.
O Estado de S. Paulo preferiu dar destaque na capa para o crescimento do partido-ônibus PMDB. Jogou para a página 10 uma denúncia grave sobre malversação de dinheiro do Fundo Partidário pelo PP. A Folha abriu espaço para uma mea culpa pela metade de José Dirceu. Deu chamada na primeira página para a informação de que a Receita Federal vai investigar as finanças dos quatro partidos envolvidos no “mensalão”: PT, PL. PP e PTB. O Globo contabiliza o número de estatais criadas no governo Lula.
De chofre, um resfriamento.
Que efeitos a abstinência pode provocar? De modo geral, uma sensação de vazio, um cansaço do repouso. Nos jornalistas, especificamente, pode incitar à busca de factóides. Olho vivo.