A pesquisa do Datafolha, publicada hoje, é a primeira para valer, porque trabalha com um quadro definido de candidatos.
A primeira consequência, em relação à sondagem anterior, de fins de maio, é que o total de votos dados a outros candidatos que não Lula e Alckmin caiu de 8% para 3%. Os votos em branco e nulos também caíram – de 11% para 7%.
Isso deve explicar em parte o ganho de 7 pontos de Alckmin (de 22% para 29%), enquanto Lula continuou onde estava, na casa dos 45/46%.
Olhando mais de perto as intenções de voto por região, grau de escolaridade e classe de renda, o que se enxerga de mais importante é o seguinte – e que a Folha deixou de mostrar aos seus leitores:
Em questão de um mês, Alckmin ganhou nada menos de 16 pontos no Sul (onde Lula perdeu 4), 12 pontos entre os eleitores com curso superior (Lula ficou igual) e 8 pontos na faixa de 2 a 5 salários mínimos (Lula igual). Três variações acima do ganho médio do tucano.
Lula, estranhamente, teve o seu principal avanço no eleitorado com mais de 10 salários mínimos de renda: 5 pontos percentuais. Ganhou outros 4 pontos na base da pirâmide educacional, onde as intenções de votos no seu nome passaram de 48% para 52%.
O que terá acontecido no Sul? O que terá acontecido entre os “ricos”? Pelo menos essas duas perguntas a Folha precisa tentar responder logo.
Pois os números, como dizia Bismarck, são como as baionetas: pode-se fazer tudo com eles, menos sentar em cima.
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