Uma pesquisa feita em 10 países mostra que os brasileiros são os que mais criticam a imprensa por ela dar notícias ruins em excesso – 80% dos entrevistados pensam assim, ante 68% dos americanos, por exemplo. [E olhem que os Estados Unidos estão atolados numa guerra infernal, mas essa é outra história.]
Só que hoje, no meio do de sempre, eis uma notícia ótima para ninguém criticar.
Está na Folha, numa matéria além do mais bem feita, assinada pelo repórter Antônio Gois, da sucursal carioca do jornal.
Em três páginas, descontados os anúncios, informa que, comparando o funcionamento dos programas nacionais de transferência de renda em sete países latino-americanos, o Banco Mundial verificou que o Bolsa-Família é o que mais acerta no alvo em matéria de combate à pobreza.
Como dizem os técnicos, é o mais bem focalizado.
Em números: 73% dos reais gastos com o programa chegam mesmo aos brasileiros mais pobres – os 20% da base da chamada pirâmide social.
Para se ter idéia, o índice de focalização é de 58% no Chile, o segundo no ranking. Mas o Bolsa-Família alcança 8,7 milhões de famílias. O Chile Solidário, como se chama o deles, beneficia 230 mil.
O menos bem sucedido, quem diria, é o argentino Chefes de Familia: apenas 1 em cada 3 pesos que consome para atender a 1,5 milhão de famílias chega ao fundo do poço da pobreza.
Querem saber de uma coisa, por falar em Argentina? Para mim, o desempenho de campeão do Bolsa Família devia encher os brasileiros de orgulho, mais até do que a eventual conquista do hexa.
Feliz domingo!
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