Ao ler dois colunistas de primeiro time, no site de O Globo (26/6/2005), certifiquei-me de que errar é, mesmo, humano. Só que há erros e erros. Informar errado, penso, é informar mal, é propagar uma falsa compreensão sobre determinado assunto. E isso é tão perigoso como uma propaganda enganosa!
Ancelmo Gois (assessorado por tantos colaboradores que ele próprio nomina em sua coluna) informa, de passagem, que o relator da CPI dos Correios é o senador Delcídio Amaral (que é na verdade o presidente), quando se sabe que tal cargo é ocupado pelo deputado federal Osmar Serraglio, evidenciando – é o que se supõe com certa dose de precisão – o desconhecimento do colunista acerca das funções que cabem a cada qual desses membros.
Elio Gaspari, articulista que eu reputava culto e meticuloso, comete erro mais grave e deixa mostrar uma ignorância inadmissível a quem tem o ofício de informar numa democracia, ao textualizar que alguém houvera sido preso ‘por determinação’ de um simples ‘procurador’.
Todo jornalista (seja ele iniciante ou consagrado) deveria ter um mínimo de conhecimento sobre a Constituição de seu país para saber que, num Estado de Direito, somente o juiz competente pode expedir mandado de prisão, desde que cabível.
‘Procurador’ (leia-se: membro do Ministério Público) pode, no máximo, requerer, fundamentadamente, ao Judiciário, a prisão de alguém.
Se colunistas desse naipe informam tão mal e grosseiramente, imaginem quantas notícias, críticas e comentários incorretos nos são transmitidos, diariamente, não só por seus colegas que não gozam de tanta fama, mas também por profissionais do mesmo nível deles.
Que falta faz bom copidesque numa redação!
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Advogado, Cambará, PR