O governo nem esperou sair a Folha de hoje. Fez o que achava que devia fazer antes ainda de a repórter Leila Suwwan revelar na edição do jornal desta segunda-feira que um dos seguranças da filha do presidente Lula, Lurian Cordeiro, gastou com o cartão corporativo, de abril a dezembro do ano passado, R$ 55 mil.
A repórter achou os números no Portal da Transparência, da Controladoria-Geral da União.
Semana passada, no mesmo site, outros jornalistas obtiveram informações sobre compras de alimentos e bebidas para o Palácio do Planalto pagas também com cartões corporativos.
Pois o que o governo fez foi excluir do Portal da Transparência qualquer informação sobre despesas do presidente e sua família. O pretexto alegado para o sigilo foi a segurança do chefe do governo, matéria, por sua vez, de segurança nacional.
Em abril de 2005, o então tesoureiro do PT, Delúbio Soares, fulminou com 5 palavras a idéia de o partido publicar no seu site, com regularidade, o valor e a origem de doações de campanha recebidas pela agremiação.
Disse ele, inesquecivelmente, no que deverá entrar para a história como Lei de Delúbio [à maneira da Lei de Gérson, sobre tirar vantagem de tudo]:
‘Transparência assim já é burrice.’