Vlado – 30 Anos Depois, o filme de João Batista de Andrade, é sério, comovente, importante. O foco não é a História, é a tortura e o assassinato político, a brutalidade, a destruição de uma vida e as marcas deixadas em muitas vidas. O foco é a denúncia da censura, da supressão das liberdades, do terror como método de governo. Felizmente, a maior parte dos brasileiros não sabe mais o que é isso.
Nesta quinta-feira à noite, após ver o filme, o grande líder laico das manifestações de protesto de 1975/6, Audálio Dantas, então presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo (o grande líder religioso foi o cardeal Dom Paulo Evaristo Arns, apoiado pelo rabino Henry Sobel), cobrou do cineasta a ausência de menção ao sindicato. Audálio aparece no filme depondo e em registro feito durante o ato ecumênico na Catedral da Sé, no dia 31 de outubro de 1975, mas de fato não se explica quem ele é e o que fazia ali. Vários personagens aparecem só com seus nomes, sem que seu papel na época seja explicitado.
Condensar tanta coisa que precisa ser dita e foi dita nos depoimentos sobre aqueles momentos decisivos é tarefa difícil. João Batista de Andrade saiu-se bem, embora o filme seja duro.
Luiz Weis, autor do blog Verbo Solto deste Observatório, amigo e colega de trabalho de Herzog, é um dos primeiros entrevistados. Alberto Dines, diretor responsável do Observatório, à época colunista da Folha de S. Paulo, que denunciou a perseguição aos jornalistas da TV Cultura, também é entrevistado.
Em parceria com o Observatório da Imprensa, o Museu da Pessoa criou um site especial sobre o caso Herzog onde estão resumidos alguns depoimentos que posteriormente serão transcritos na íntegra:
http://www.museudapessoa.net/
especiais/herzog/historias.htm
Pede-se aos internautas, em especial àqueles que participaram dos episódios de 1975 ou os testemunharam, que naveguem no site e deixem seu depoimento.