(Ver também “Rádio all-news vai fazer 15 anos no Brasil” e “Entrevista da diretora executiva da CBN, Mariza Tavares”.)
As perguntas foram feitas e respondidas por correio eletrônico.
O que consideram mais importante na experiência da CBN?
Heródoto – A quebra do paradigma que jornalismo é o mesmo em qualquer veículo de comunicação. O jornalismo de rádio nada tem de diferente de qualquer outro meio, a não ser algumas técnicas.
Ike – A CBN provou que investir em jornalismo isento, de qualidade e com bons profissionais dá retorno de público e é rentável. Até então, jornalismo no veículo rádio nunca tinha sido tão valorizado ou recebido um investimento tão grande em todo o país.
Em que ela difere do que veio antes?
Heródoto – Trouxe para o rádio o princípio da separação clara entre o que é informativo, interpretativo e opinativo.
Ike – A CBN começou a levar ao ouvinte a informação em tempo real e tendo o jornalismo como prioridade na programação, mesmo em relação aos espaços comerciais. Um exemplo foi a cobertura de fatos relevantes que estavam atraindo a atenção em todo o país na época de seu surgimento, como os depoimentos na CPI PC Farias.
Que comparação pode ser feita com outras emissoras que têm jornalismo?
Heródoto – Em São Paulo existem outras cinco rádios jornalísticas de boa qualidade e a competição promove o aprimoramento de todas.
Ike – É difícil comparar com outras emissoras da capital mineira, pois variam em matéria de programação, público alvo, alcance, etc. Aqui em BH a emissora que mais se aproxima do formato da CBN é a Bandnews, ainda muito recente no mercado.
Quais são os pontos fortes da CBN, na sua opinião?
Heródoto – Isenção, pluralismo, perseguição diária da conduta ética.
Ike – Isenção, credibilidade, investimento no quadro de jornalistas, comentaristas e analistas, agilidade na cobertura local, nacional e internacional, facilidade de comunicação entre as praças, agilidade na tomada de decisões, excelente ambiente de trabalho.
E os pontos fracos?
Heródoto – Ausência de afiliadas na Baixada Santista e no Vale do Paraíba.
Ike – Estamos tentando o tempo inteiro detectá-los para que possamos combatê-los o mais rápido possível.
Quais são os maiores desafios?
Heródoto – Desenvolver a propagação através da Internet.
Ike – Em 1997/98, passamos por uma grande reformulação em nossa grade de programação. Temos um desafio diário de não deixar o formato caducar e, com criatividade, trazer novidades que atendam nosso ouvinte. É um desafio estimulante um veículo discutir os assuntos em rede nacional e, paralelamente, distribuir o tempo de sua programação também para as discussões dos assuntos das cidades onde a sucursal ou afiliada está instalada.
Qual é o horizonte em face das novas tecnologias?
Heródoto – Compreender que se avança em direção a uma confluência das mídias e isso exige mudanças e até quebra de paradigmas.
Ike – Não podem existir veículos de comunicação (com foco no jornalismo) que tenham futuro sem investimentos constantes nas mais modernas tecnologias. O rádio, cuja morte já foi decretada em várias épocas justamente por causa do surgimento de novas tecnologias, provou ser um aliado das tecnologias, se renovando constantemente.
Ver também:
“Rádio all news vai fazer 15 anos no Brasil”