Wednesday, 18 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1318

Câmara limita sigilo de documentos públicos a 50 anos


Leia abaixo a seleção de quarta-feira para a seção Entre Aspas.


 


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Folha de S. Paulo


Quarta-feira, 14 de abril de 2010


 


ACESSO A INFORMAÇÃO


Maria Clara Cabral e Vanessa Alves Baptista


Câmara limita sigilo de documento a 50 anos


‘A Câmara limitou o prazo do sigilo de qualquer documento em poder dos órgãos e entidades públicas a 50 anos. De acordo com projeto aprovado na noite de ontem, que regula o direito de acesso a informações públicas, papéis passam a ter três diferentes classificações: ultrassecreto, secreto e reservado. Para os primeiros, o prazo de sigilo é de 25 anos, renováveis por igual período.


Para os segundos, de 15 anos e os demais de cinco anos. Há controvérsia com relação à abrangência da lei. Para alguns deputados, o prazo do sigilo passa a contar a partir da produção do documento. Ou seja, papeis relativos à Guerra do Paraguai se tornariam públicos com a aprovação da lei. Para outros, o prazo conta a partir da reclassificação.


O Itamaraty deve tentar aumentar o prazo dos documentos ultrassecretos no Senado, para onde segue o texto. Ele teme a divulgação de alguns documentos, como os de negociação para delimitação de fronteiras internacionais. Quando saiu da Casa Civil para o Congresso, no ano passado, a proposta permitia que papéis classificados como ultrassecretos pudessem ser mantidos em sigilo para sempre -por meio da renovação indefinida do prazo máximo inicial de 25 anos. O texto foi alterado pelo relator, deputado Mendes Ribeiro (PMDB-RS).


Segundo José Genoino (PT-SP), presidente da comissão especial que analisou o tema, documentos relacionados aos direitos humanos não poderão ser protegidos. Serão objetos de classificação papéis que envolvam risco à estabilidade econômica e financeira do país, segredo de Justiça, segurança nacional, política externa e desenvolvimento científico.


Pelo texto, uma comissão do governo será responsável pela classificação dos papéis num prazo máximo de dois anos. Se não forem classificados nesse período, os documentos são automaticamente liberados.


O projeto prevê ainda que qualquer pessoa possa solicitar informações a autarquias públicas sem revelar o motivo, e cada órgão terá que fundamentar ainda a razão de não ter revelado os dados.’


 


 


TODA MÍDIA


Nelson de Sá


China & Brasil


‘A agência Xinhua produziu longa reportagem de apresentação da visita de Hu Jintao, que chega hoje. Sob o enunciado ‘Laços Brasil-China terão influência global’, nos jornais estatais chineses, sublinha que as ‘duas potências emergentes são economias complementares’. Cita investimentos bilaterais em energia, aviação, satélite, até cultura. O ‘China Daily’ acrescenta que um dos ‘maiores beneficiários’ da visita pode ser o projeto Porto Açu, no Rio. E a Reuters acrescenta que quatro estatais chinesas já negociam comprar uma participação no pré-sal.


Também nas agências, Sun Hongbo, da Academia Chinesa de Ciências Sociais, avisa que é preciso ‘atenção aos riscos, se as empresas foram excessivamente agressivas’. Mas Zhow Zhiwei, ‘especialista em Brasil’ na instituição, encerra dizendo: ‘Os dois têm uma aspiração comum de desenvolvimento. E se beneficiam da abordagem de grupo ao lidar com sua ascensão. Para uma potência em ascensão, é muito, muito difícil ser sozinha.’


BRASIL LÁ


A Reuters destacou o pavilhão brasileiro da Expo Mundial de Xangai, que abre no dia 1º de maio e vai até outubro, com uma previsão de 70 milhões de visitantes


MÚSCULOS


Em seu destaque da semana, a ‘Economist’ apostou mais na cúpula Bric em Brasília, de ‘músculos crescentes’, do que na cúpula nuclear de Washington


THINK TANK BRIC


‘Financial Times’ e ‘Wall Street Journal’ adiantaram análises da cúpula Bric. Para o primeiro, ‘eles mais competem do que têm interesses comuns’. Para o segundo, ‘tensões entre os quatro são muitas, mas sua força crescente representa mudança maciça no equilíbrio de poder do mundo’, da qual ‘não é possível escapar’.


A Reuters ressaltou, como maior ‘tensão’ entre Brasil e China, as restrições provocadas pela ‘falta de especialidade acadêmica’ e até do domínio dos idiomas. Não por acaso, o brasileiro Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) abre hoje a Cúpula Bric de Think Tanks, com nomes como Li Yang, vice da Academia Chinesa de Ciências Sociais, e o indiano Rathin Roy, do Centro Internacional de Políticas para o Crescimento Inclusivo.


ZUMA VEM AÍ


O presidente da África do Sul visita Brasília para ‘coordenar posições’ com Índia e Brasil sobre reforma do Conselho de Segurança e aquecimento global, noticia o sul-africano ‘Independent’.


E o britânico ‘FT’ já avisa que, ‘para brasileiros, indianos e chineses’, a África do Sul ‘não é a nação fracassada que o Ocidente desenha’.


PORTAS ABERTAS


Do canal de notícias PressTV ao ‘Tehran Times’, ecoa no Irã a visita do ministro Miguel Jorge, com empresários em busca de negócios.


A agência estatal Fars destacou, do presidente Mahmoud Ahmadinejad, que ‘o Irã é boa porta de entrada do Brasil no Oriente Médio, assim como o Brasil o é, para o Irã, na América Latina’.


QUALQUER COISA NO ‘NYT’


A ‘Foreign Policy’ até ironizou o jornal, na home. O ‘New York Times’ impresso chegou a rodar a manchete ‘China apoia sanções ao Irã’, mas voltou atrás e encerrou com ‘apoia conversa sobre punição ao Irã’.


Para o ‘Wall Street Journal’ de papel, nem isso. EUA e China seguem ‘divididos’ e o segundo ‘impede’ sanções.


Dias antes, em entrevista à TV pública, o publisher do ‘WSJ’, Rupert Murdoch, já criticava: ‘O ‘Times’ tem, muito claramente, uma agenda. E você pode ver isso no modo como selecionam suas histórias, no que eles põem na capa: é qualquer coisa que Obama quiser.’


AMOR


No alto do conservador Drudge Report, ontem ao longo do dia, o abraço entre Obama e Lula durante a cúpula de segurança nuclear, com a chamada ‘Amor pelo ‘progressista’ Lula’


DEFESA


‘Christian Science Monitor’ e agências ocidentais arriscavam ontem ‘por que o Brasil assinou acordo militar com os EUA’. Para Johanna Forman, do Center for Strategic and International Studies, de Washington, ‘Lula está fazendo as fundações para sua indústria de defesa’.


JUSTIÇA


Do site de um canal de Dayton, Ohio, onde nasceu Dorothy Stang, à home do ‘NYT’, com reportagem própria baseada na Globo News, enunciados como ‘Justiça para a freira morta no Brasil’ e ‘Fazendeiroo brasileiro é condenado no assassinato de católica’, no Pará.’


 


 


INTERNET


Alexandre Orrico


Twitter lança plataforma de anúncio nos moldes do Google


‘O Twitter, serviço de microblog usado por mais de 80 milhões de internautas, anunciou ontem o lançamento de sua plataforma de publicidade.


As propagandas, chamadas de Promoted Tweets (‘tweet’ é a mensagem escrita no microblog), serão mensagens comuns de 140 caracteres, mostradas no topo dos resultados das buscas feitas pelo Twitter.


Para conseguir esse destaque, as empresas e as organizações terão de pagá-los, como anúncios. Entre os primeiros anunciantes já confirmados, estão Best Buy, Sony Pictures, Red Bull, Bravo, Starbucks e Virgin America.


Estudo realizado em fevereiro pela Society for New Communications Research mostra que o sistema pode ter muitos interessados: cerca de um terço das 500 maiores companhias americanas listadas pela ‘Fortune’ usa o Twitter de forma recorrente. Entre as cem primeiras do ranking, o índice chega a 50%.


O modelo de negócios é bem parecido com o já adotado pelo Google. Grande parte das receitas do gigante das buscas provém do serviço AdWords -links patrocinados que aparecem antes dos resultados das pesquisas feitas pelo site.


O Google implementou o sistema de anúncios em 2000, quatro anos após sua fundação. O Twitter, que nasceu em 2006, procura agora o mesmo caminho de rentabilidade com o Promoted Tweets.


Apesar de parecidos, os sistemas não são iguais. Uma das diferenças é que, se o ‘tweet’ promocional não for clicado ou retransmitido pelos usuários, ele desaparece. E, por enquanto, só um tweet pago será exibido na página de resultados de busca.


O cofundador do Twitter Biz Stone disse no blog oficial do serviço (blog.twitter.com) que essa é a primeira fase do projeto e que ele poderá sofrer modificações dependendo da repercussão entre usuários e empresas anunciantes.


Retorno


Antes de inserir os ‘tweets’ pagos na ‘timeline’ dos usuários -página que agrega as mensagens das pessoas seguidas-, o Twitter vai esperar esse retorno. Por enquanto, os anúncios aparecem somente nas buscas realizadas no site.


A Chirp, primeira conferência de desenvolvedores do Twitter, debaterá hoje e amanhã, em San Francisco (EUA), a questão dos anúncios.


Outra forma que o Twitter tem encontrado para gerar receita é receber para que os ‘tweets’ possam aparecer no resultado dos mecanismos de busca Google e Bing.


Segundo a revista ‘BusinessWeek’, o montante gerado pelas parcerias foi de US$ 25 milhões, o que cobre as despesas anuais da empresa, estimadas em US$ 20 milhões.’


 


 


Negócios em 140 toques


‘Um ano se passou desde quando a padaria britânica AlbionCafe (twitter.com/AlbionsOven) começou a usar o Twitter para avisar seus seguidores quando uma nova fornada de pães quentinhos ficava pronta. De lá para cá, cada vez mais marcas ingressam no Twitter, em busca de uma fatia maior do mercado e aumento dos lucros.


As grandes empresas americanas parecem ter abraçado de vez as mídias sociais. Estudo realizado em fevereiro pela Society for New Communications Research mostrou que mais de um terço das 500 maiores companhias americanas listadas pela ‘Fortune’ usam o Twitter de forma recorrente. Entre as cem primeiras do ranking, o índice chega a 50%.


No Brasil, a presença de uma empresa no Twitter pode dobrar a quantidade de mensagens geradas sobre a marca no microblog, segundo pesquisa realizada pelo iDigo (Núcleo de Inteligência Digital). Das 50 empresas pesquisadas, 42% têm perfil no Twitter e postam, em média, cinco mensagens por dia.


Publicitários entrevistados pela Folha são unânimes: o Twitter é uma ferramenta poderosa e fundamental para a marca de quem anuncia. O alto poder de propagação e o tamanho de sua audiência no Brasil -o Twitter é a segunda maior rede social do país, com 8,8 milhões de usuários- são alguns dos fatores citados.


Algumas empresas entenderam o funcionamento das mídias sociais e, apesar de grande parte dos perfis corporativos usar o microblog para promoções ou divulgação de produtos e serviços, já há perfis empresariais criativos.


Embora o Twitter seja o nome do momento, as empresas têm outras opções para se fazer presentes no mundo virtual. O Orkut, maior rede social do país, concentra um grande número de perfis empresariais -apesar de não chamarem tanto a atenção quanto no Twitter.


Gurus


Com a popularização do uso da ferramenta por empresas, nasceu uma indústria própria de gurus digitais, que escrevem livros e sites com dicas e prometem apontar caminhos para quem quer ter sucesso nos negócios usando o Twitter.


Confira, nesta edição, uma entrevista com Sarah Milstein, coautora do livro ‘Desvendando o Twitter’, um dos primeiros livros sobre o serviço de microblog.


No Brasil, instituições conhecidas do país que focam no mundo dos negócios já têm cursos de mídias sociais nos quais o Twitter é destacado.’


 


 


Twitter chama a atenção de empresas


‘A presença de uma empresa no Twitter é capaz de dobrar a quantidade de mensagens postadas sobre a marca no serviço de microblog. A conclusão é de uma pesquisa do iDigo (Núcleo de Inteligência Digital).


O estudo analisou 91.145 mensagens trocadas no microblog sobre 50 marcas de relevância nacional, de oito setores econômicos, durante o período de 20 de setembro a 24 de outubro de 2009.


Cláudio Torres, consultor em marketing digital que participou da pesquisa, diz que o aumento expressivo no número de internautas brasileiros contribui para que as empresas deem mais atenção às mídias sociais. ‘Eram cerca de 28, 29 milhões de internautas em 2007. Hoje em dia os últimos números já falam em mais de 67 milhões’, diz.


Das 50 empresas pesquisadas, 42% têm perfil no Twitter e postam, em média, cinco mensagens por dia.


Embora as empresas que não têm Twitter também sejam citadas, o grupo que atua no microblog concentra 74% do volume total de mensagens trocadas sobre marcas no período.


Outros 11,2% das mensagens postadas que citam as empresas são retransmitidas a outros usuários. No setor de cosméticos, essa taxa chega a dobrar.


Sucesso


Algumas empresas entenderam o funcionamento das mídias sociais e fazem mais do que promoções ou divulgação de produtos e serviços.


No perfil da Sacks Perfumaria (@sacksperfumaria), cada seguidor representa uma doação de R$ 0,25 feita pela empresa para o Instituto Criar, dedicado à inserção de jovens de baixa renda no mercado de trabalho.


Outro exemplo é o perfil da Livraria Saraiva (@saraivaonline), que mantém um relacionamento bem pessoal no tom das respostas aos usuários, além de realizar concursos exclusivos para os usuários do microblog.


Em Porto Alegre, a rede Pizza Hut (@pizzahutpoa) abriu o perfil para sugestões de sabores de pizza enviados pelos seguidores.


‘Recebemos 80 sugestões, numero que consideramos muito bom’ diz a gerente de comunicação da empresa, Dana Chmelnitsky. ‘As cinco melhores foram escolhidas e colocadas em votação em nosso site’. O prêmio para o ganhador será um jantar com 8 acompanhantes.’


 


 


Bruno Romani


Cresce indústria do ‘sucesso no Twitter’


‘Ao ser transformado em ferramenta empresarial, o Twitter gerou uma indústria. Ela inclui livros, cursos, palestras e sites que prometem ensinar os caminhos para quem quer ter sucesso ao fazer negócios no microblog. É quase uma indústria de auto-ajuda, que prospera principalmente nos EUA.


Os primeiros cursos de extensão em mídias sociais do país passaram a ser oferecidos por grandes universidades no ano passado. O Twitter, claro, ganha atenção especial.


Beverly Macy, professora de marketing em mídias sociais do curso de extensão da Universidade da Califórnia em Los Angeles, explica que o perfil dos seus alunos inclui pessoas que passaram a lidar com as ferramentas no trabalho, donos de pequenas empresas interessados em promovê-las e pessoas em busca de trabalhos que exigem mídias sociais.


Na loja virtual Amazon.com, existem mais de 50 livros em inglês que tratam diretamente de como usar o Twitter no mundo dos negócios. Os títulos prometem ensinar desde como fazer marketing até como encontrar um emprego.


‘Como em qualquer tipo de mídia que se torna popular, você tem um monte de gente fazendo um monte de perguntas. Elas precisam de ajuda’, diz Sarah Milstein, coautora de ‘Desvendando o Twitter’.


O próprio Twitter entrou na onda e lançou o Twitter 101, um site com tutoriais para o seu uso no mundo dos negócios. Veja em business.twitter.com/twitter101.


Nos sites das grandes livrarias brasileiras, são encontrados alguns títulos em português que tratam do Twitter como ferramenta de marketing. Escolas voltadas para o mundo empresarial também já criam cursos sobre o tema.


Na internet, sites como o Magoweb (bit.ly/magoweb) oferecem serviços que misturam dicas gratuitas e consultoria paga.’


 


 


TELEVISÃO


Andréa Michael


Da-Rin sai do cargo e anuncia pacote de R$ 4,3 mi para TV


Com sua saída da Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura prevista para o final do mês, Silvio Da-Rin anuncia, no dia 27 de abril, um pacote de editais que inclui R$ 5,6 milhões em fomento para a TV. Ainda não há substituto definido, apesar de o ministro Juca Ferreira ter convidado Leopoldo Nunes. Hoje secretário de Cultura de São Bernardo, ele saiu da EBC criticando a gestão da estatal. Ficou de pensar.


É o desfecho de uma disputa entre a secretaria e a Ancine, comandada por Manoel Rangel. À coluna, o secretário disse que o ministro pediu o cargo. O pacote de Da-Rin traz a quinta edição do DOCTV, na qual serão financiados 27 projetos, cada um de um Estado, com R$ 110 mil a unidade.


O ministério, em parceria com a EBC, a empresa de comunicação do governo, irá contratar a produção de dez séries de cinco filmes de um minuto cada uma.Abordarão temas como futebol, cidadania e participação social. Financiamento: R$ 125 mil por série.


Em parceria com o Ministério do Meio Ambiente, serão produzidos outros dez filmes, com investimento de R$ 20 mil por unidade. Tema provável: sustentabilidade. O último item do anúncio de Da-Rin para a TV será o Universidade.doc, pelo qual o ministério investirá R$ 50mil em 24 projetos de universitários que produzirem filmes sobre cultura e inclusão social.


FORNADA


Steven Spielberg vai comandar um projeto de minisséries para o Discovery Channel. Será em parceria com a Dream-Works Television e a Dream-Works Animation e terá como foco o futuro da Terra nos próximos cem anos. Ainda sem data para exibição no Brasil.


CORTINA


‘Escrito nas Estrelas’ (Globo) estreou com a morte de Daniel (Jayme Matarazzo) e teve 26 pontos no Ibope anteontem (1,5 milhão de domicílios ligados na atração na Grande SP). Em outubro, ‘Cama de Gato’ entrou no ar com 25 pontos.


CHINELO


Planos de Marcos Palmeira, o Gustavo de ‘Cama e Gato’ (Globo): ‘Assistir à Copa e, em setembro, devo voltar a filmar ‘Mandrake’ para a HBO’.


REAJUSTE


Cairá de uma hora para 20 minutos o tempo de exibição do missionário RR Soares na Band. Hoje ele fica no ar entre nove e dez da noite.


MULTIMÍDIA


Conhecido como revista no projeto de Elifas Andreato, o ‘Almanaque Brasil’ estreia na TV Brasil, em maio. Com foco na cultura brasileira, será apresentado por Luciana Melo.


CANTADAS


Começa na sexta no canal Oi a segunda temporada de ‘Os Buchas’, em que Gregório Duvivier (Beni), Silvio Guindane (Maia), Rafael Studart (Beto) e Tatiana Muniz (Julia) se dedicam a conquistar o sexo oposto. Uma semana depois de exibidos na TV, os episódios estarão disponíveis no site www.canaloi.com.br/osbuchas.’


 


 


PUBLICIDADE


Alencar Izidoro


Publicidade de carro terá alerta educativo


‘Numa propaganda estrelada pela modelo Gisele Bündchen, um carro faz manobras arriscadas, canta pneu e sobrevive à perseguição de um helicóptero, como num filme de aventura do ator Sylvester Stallone.


Em outro comercial de TV, uma montadora exalta um novo modelo com motor turbo e ‘rápido demais’ -prestigiado, nesse caso, nada menos do que pelo piloto de F-1 Michael Schumacher, que foge dos paparazzi e, de tão veloz numa estrada, não é alcançado nem por seus próprios seguranças.


A partir das próximas semanas, conteúdos desse tipo na publicidade da indústria automobilística, polêmicos por glorificar comportamentos inseguros no trânsito, podem até continuar, mas serão seguidos de uma mensagem educativa.


O padrão será similar ao que já ocorre com a propaganda de cigarro e de bebida alcoólica, que difundiram expressões como ‘fumar é prejudicial à saúde’ ou ‘beba com moderação’. Agora, será a vez de frases sobre a exigência do cinto de segurança, do capacete e do respeito à velocidade, por exemplo.


Essa obrigatoriedade foi sancionada em julho passado pelo presidente Lula (PT), não aplicada ainda por falta de regulamentação do Contran (Conselho Nacional de Trânsito).


O presidente do órgão, Alfredo Peres da Silva, revelou à Folha que a normatização será concluída neste mês (quando serão definidas as frases e tamanhos) e que a regra terá de ser obedecida imediatamente.


‘A partir do momento em que soltar a resolução, estará valendo [a lei]’, afirmou Silva, acrescentando que a medida valerá tanto para anúncios de carros quanto para de insumos -incluindo baterias, pneus e amortecedores-, veiculados em televisão, rádio, jornal, revista e outdoor.


Quem descumprir a lei estará sujeito a penas que envolvem advertência por escrito, suspensão de qualquer outra propaganda do produto por 60 dias e multas de R$ 1.064 a R$ 5.320, que podem ser quintuplicadas pela reincidência.


Nas rodovias, aliás, todos os outdoors, de qualquer tipo de produto (até os eleitorais), deverão exibir as mensagens.


Procurados, Anfavea (associação das montadoras), Conar (conselho de autorregulamentação publicitária) e Abap (associação das agências de publicidade) não se manifestaram.


O presidente do Contran diz que não há resistência por parte das entidades, que deram sugestões para a regulamentação.


‘Mesmo que de brincadeira, só por ser repetido exaustivamente já é melhor do que nada. Ajuda a criar uma cultura do uso do cinto de segurança, por exemplo’, defende Paulo Cesar Marques da Silva, que fez doutorado em transportes em Londres e é professor da UnB (Universidade de Brasília).


Para ele, a tendência é que haja uma influência a médio prazo na própria elaboração das propagandas, pelo temor de expor uma contradição da mensagem publicitária.


Já Florindo Enoki, especializado em educação do trânsito pela UnB, avalia que frases do tipo não tendem a funcionar porque ‘caem no vazio’, ‘sem ninguém prestar atenção’.’


 


 


IMAGEM


Ruy Castro


Pasto para os paparazzi


‘RIO DE JANEIRO – Outro dia, antes das chuvas, quem caminhou de manhã bem cedo pelo calçadão do Leblon deparou com o Flamengo treinando na praia. Lá estavam Adriano, Vagner Love, Leo Moura, Bruno, Petkovic e todo o álbum de figurinhas, correndo e driblando cones na areia, a dois metros do passeio. Alguns transeuntes pararam para espiar.Ao fim, os jogadores deram autógrafos, deixaram-se fotografar, tomaram o ônibus do clube e foram à vida.


Nem era a primeira vez que o clube mais popular do Brasil se exercitava ali, quase na rua. Aliás, não faz muito, era comum ver Romário, Edmundo e Renato Gaúcho jogando futevôlei em Ipanema nas folgas de seus clubes. E, até aquele episódio com o travesti, Ronaldo Fenômeno podia circular sem causar qualquer distúrbio -como, antes dele, Zico, Garrincha, Zizinho ou Leônidas. Ou Tom Jobim, Chico Buarque, Fernanda Montenegro.


Não é esnobismo, é hábito. O Rio convive com figurões desde que era sede da Colônia e do Vice-Reino, capital do Império e da República e habitat das estrelas do teatro de revista, da Rádio Nacional e da TV Globo. E de personalidades como Brigitte Bardot, que, depois de provocar algum tumulto ao chegar em 1964, logo passou a ser saudada com a frase, ‘Ih, lá vem a chata da Brigitte!’.


Já existiam revistecas como ‘Escândalo’ e ‘Confidencial’, que viviam de futricas, mas a imprensa se dava relativamente ao respeito. Nunca ocorreria à ‘Manchete’ ou mesmo à ‘Revista do Rádio’ plantar fotógrafos atrás de árvores para flagrar indiscrições.


Hoje os famosos servem de pasto para os paparazzi no Leblon e na Barra. Mas o Rio é inocente. Tais fotos alimentam revistas feitas longe daqui, para leitores de outras plagas, siderados por celebridades que o carioca vê todo dia ao vivo sem se alterar.’


 


 


 


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