[do release da editora]
No ar há mais de oitenta anos, a televisão revolucionou o mundo e ajudou a interligar continentes. A telinha influenciou comportamentos, marcou décadas e hoje é o meio de comunicação com maior penetração e importância no planeta. Mas como será a televisão na era digital? Os seminários sobre o tema lotam de pessoas aflitas para conhecer as novas tendências e a grande maioria dos palestrantes defende a chegada de um apocalipse completo. No livro A televisão na era digital – Interatividade, convergência e novos modelos de negócio, o roteirista e diretor de televisão Newton Cannito vai na contramão dos que acreditam que a televisão vai virar internet e mostra como o digital potencializa a expressão televisiva. O autor fala sobre os desafios da televisão na era digital e apresenta propostas inovadoras para o desenvolvimento da TV nessa nova cultura.
Pioneira na abordagem do tema, a obra é referência para outros estudos sobre a TV digital no Brasil. Traz informações sobre o conteúdo dos programas e mostra como fazer televisão nesse novo momento. Já na introdução, o autor desconstrói vários mitos, entre eles o de que a televisão vai desaparecer devido à internet; o de que a narrativa está com os dias contados; o de que o espectador do futuro será totalmente interativo; o de que a TV vai ser personalizada; e o de que todos vão querer ser realizadores de televisão. ‘Esses mitos surgiram nos últimos anos e vêm confundindo empresas e profissionais’, afirma o autor.
‘Mais tolerância e menos conflito’
Muito além de uma obra técnica, o livro é imprescindível para quem quer entender a cultura contemporânea e fazer televisão nesse novo contexto. A intenção do autor não é encontrar respostas definitivas para as inúmeras possibilidades que poderão delinear a televisão na era da convergência. ‘Não podemos errar na estratégia’, afirma Cannito. Para ele, não dá mais para pensar na TV de forma segmentada. O objetivo, revela, é discutir qual programa poderá despertar o interesse do espectador, conquistar a audiência e se propagar socialmente.
Dividido em quatro capítulos e um anexo, o livro aborda desde os conceitos básicos da televisão até as tendências da cultura digital e os caminhos concretos na área de conteúdo. No primeiro capítulo, o autor discorre sobre as especificidades da TV e da mídia digital. No segundo, fala sobre os desafios da televisão no ambiente de convergência digital, abordando tecnologias e modelos de negócio que tendem a dar certo. No capítulo 3, levanta hipóteses de como será a TV na era digital, falando de cultura, interatividade, alta definição, narrativas transmidiáticas e democratização do conteúdo. E, no quarto capítulo, analisa gêneros e formatos que deram certo, partindo dos programas Lost e Big Brother e da qualidade no padrão da MTV Brasil – que considera uma das mais criativas e inovadoras redes de televisão do país.
Ao concluir a obra, o autor faz propostas concretas para transformar a TV brasileira, garantindo seu pleno desenvolvimento. ‘Temos possibilidades reais de desenvolver uma televisão soberana, que atraia o interesse do povo e conquiste plateias internacionais, contribuindo para a construção de uma nova civilização com mais tolerância e menos conflito’, complementa Cannito.
O livro é resultado da tese de doutorado do autor que, em 2010, mereceu menção honrosa da primeira edição do Prêmio SAV para Publicação de Pesquisas em Cinema e Audiovisual, do Ministério da Cultura. A tese foi defendida na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP) e teve como orientadora a professora titular e vice-diretora da instituição, Maria Dora Mourão.
O autor
Newton Cannito concilia a prática com a reflexão televisiva. É co-criador e roteirista-chefe da série 9mm: São Paulo (premiada pela APCA – Associação Paulista de Críticos de Arte, em 2008), transmitida pela Fox. Foi roteirista da série Cidade dos Homens e da novela Poder Paralelo, de Lauro César Muniz, transmitida pela Record. Atua ainda como supervisor artístico do Edital FICTV, programa público para a produção de seriados. Dirigiu documentários premiados como Jesus no mundo maravilha, exibido em televisões de 21 países e considerado pelo crítico Jean-Claude Bernardet uma ‘referência inevitável no documentário brasileiro contemporâneo’. Doutorou-se em televisão pela Escola de Comunicações e Artes (ECA-USP), é diretor do Instituto de Estudos de Televisão (IETV) e da Fábrica de Ideias Cinemáticas (FICs).