A avalancha de notícias desalentadoras sobre o futuro dos jornais impressos não cessa de crescer. O pessimismo se agravou após a publicação da matéria The Online Attack (A ofensiva Online) pela revista britânica Economist.
O texto, baseado em dados da Advertising Age mostra como o faturamento publicitário conjunto dos sites Yahoo e Google, de buscas na Web, vai igualar este ano a soma das receitas de anúncios das três maiores cadeias de televisão dos Estados Unidos. A expectativa é de que a publicidade online ultrapasse a barreira dos 10 bilhões de dólares até dezembro de 2005, superando previsões anteriores.
No início de abril, os investidores mundiais passaram a trabalhar com informações indicando que o Google apresentaria um crescimento de 470% nas suas receitas enquanto a maioria dos grandes jornais norte-americanos teria queda ou na melhor das hipóteses um faturamento igual ao do ano passado.
Por seu lado o blog Long Tail reuniu dados ainda mais sombrios para a grande imprensa e para a mídia convencional: a audiência de televisão nos EUA encolheu 32% desde 1985; a das rádios está em seu ponto mais baixo nos últimos 27 anos e a circulação de revistas, depois de ter um auge em 2000, caiu para os níveis de 1994. O blog mostra todas as fontes onde recolheu as informações que publicou.
No meio de tantas notícias ruins, o artigo The New Old Journalism (O novo velho jornalismo) , escrito por Adam Penenberg para a revista online Wired não chegou a ser um bálsamo para os executivos da grande imprensa. Penenberg prevê que os jornais podem sobreviver, desde que consigam migrar para a Internet.
Noutras palavras, notícias no papel não devem mais sustentar grandes impérios jornalísticos. O autor vai um pouco mais longe afirmando que diante de tais mudanças é inevitável uma reforma radical também no ensino do jornalismo nas universidades.
No meio de tudo isto, o jornal San Francisco Chronicle resolveu fazer uma sondagem com a seguinte pergunta aos seus leitores: Você ficaria triste se os noticiários na TV desaparecessem? O não ganhou.