Definitivamente o caso da imprensa paulista com a ex-prefeita Marta Suplicy é pessoal. O editorial ‘O instituto Marta’ (Folha de S. Paulo, 26/1) mostra isso com clareza ao criticar o direito inalienável da prefeita de, como fez o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, abrir um instituto (com recursos privados) para estudar e catalogar políticas públicas e, se for o caso, até fazer política.
A imprensa paulista não parece satisfeita em ter ajudado (muito) o hoje prefeito José Serra a derrotar Marta. Parece também querer vê-la fora da política definitivamente, esquecendo-se de que quase metade dos paulistanos sufragou-lhe o nome nas eleições do ano passado, o que fez com que a vantagem de Serra sobre ela no segundo turno fosse de meros 500 mil votos.
Além disso, o editorial parece querer também que a ex-prefeita aceite passivamente as acusações de Serra de que teria recebido uma prefeitura quebrada e use isso como desculpa para não cumprir suas promessas de campanha, no que está sendo ajudado pela imprensa paulista, entregue a martelar na mente do público as condições financeiras da prefeitura de acordo com a retórica do prefeito tucano.
De minha parte, vou me dedicar não a criticar o que a ex-prefeita faz na oposição, e sim o que o prefeito eleito, sob o lema de aumentar gastos e eliminar impostos, fará no sentido de cumprir o que prometeu. E vou denunciar o máximo que possa essa mãozinha que a imprensa lhe está dando para descumprir suas promessas de campanha impunemente.
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Comerciante, São Paulo