Sete jornais norte-americanos de médio e grande porte estão testando um serviço que permitirá incorporar os weblogs à sua cobertura diária numa ação que está sendo vista por muitos como um provável novo foco de atritos entre os sindicatos de jornalistas, empresas e blogueiro independentes. O serviço chamado BlugBurst é, na verdade, uma versão online das agências que comercializam artigos, fotos, desenhos ou vídeos de profissionais autônomos. O sistema funciona mais ou menos da seguinte maneira: um mecanismo de buscas chamado Pluck procura blogs sobre uma lista de temas, os submete automaticamente ao BlogBurst que analisa o conteúdo do material e os antecedentes do autor. Caso o blog seja considerado interessante e confiável, ele é indicado para jornais como o The Washington Post, San Francisco Chronicle e os veículos integrantes da rede Gannet, uma das três maiores dos Estados Unidos. Esta não é a primeira vez que os blogueiros norte-americanos usam uma agência para tentar abrir espaços na mídia convencional. Há seis meses surgiu a Pajamas Media que reune cerca de 30 blogs de tendência conservadora e que funciona como uma espécie de cooperativa. Para os jornais, a grande vantagem é receber material de qualidade, por um custo mínimo e sem necessidade de uma grande infraestrutura para gerenciar o fluxo de material. Na Pajamas Media, quase todos os blogs são políticos enquanto o BlogBurst concentra suas atenções em autores especializados em viagens, esportes menos populares, vinhos e temas mais especializados. A intenção é explorar nichos de informação para atender leitores com interesses segmentados, coisa que era impossível na agenda normal das redações porque o custo de uma reportagem era muito elevado. Descoberta deste filão, quase gratuito, de informações especializadas, está reduzindo drasticamente a desconfiança dos donos de jornais em relação aos blogs, mas está aumentando as suspeitas dos jornalistas profissionais, que já começam a temer sua substituição por blogueiros. Por enquanto o BlogBurst está sendo apenas testado pelos jornais, mas os clientes estão muito satisfeitos com o fato de poderem pagar bem menos pelo material dos blogs, principalmente numa época de vacas magras e futuro incerto para a mídia impressa norte-americana. Caro Leitor: Serão desconsiderados os comentários ofensivos, anônimos e os que contiverem endereços eletrônicos falsos.