“No dia 26 de janeiro de 2001, Sombra não só completou 41 anos como preparou uma grande festa para os irmãos do PCC e outros convidados. O chefe do Partido do Crime na Casa de Detenção mandou comprar dezenas de quilos de carne, de caixas de cerveja e de refrigerantes, além de garrafas de conhaque e uísque. (….) A festança na Detenção foi animada por presidiários pagodeiros. Sombra também mandou fazer um bolo com a inscrição PCC – 15.3.3, mas apenas para coroar um grande churrasco realizado no Pavilhão 8. No dia seguinte, a comemoração dos presos foi noticiada como o ´Carandiru Grill´. A festa de aniversário de Sombra, patrocinada pelo PCC e divulgada com exclusividade por Caveirinha [trata-se do próprio Josmar Jozino], foi considerada um escândalo pelos deputados estaduais da CPI do Sistema Prisional. Alguns agentes penitenciários, sobre os quais a culpa recaiu primeiramente, alegaram que o Carandiru Grill havia sido autorizado pelo então diretor-geral do presídio. O diretor foi chamado à SAP para dar explicações. Depois de ouvir o subordinado, Nagashi Furukawa informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que os detentos apenas comemoravam o aniversário de Sombra. E que não consumiram nem drogas nem bebida alcoólica. Contudo, os agentes penitenciários do presídio sabiam que, drogados e embriagados, muitos detentos precisaram ser carregados por colegas para as suas celas quando o dia já amanhecia”. (Josmar Jozino, Cobras e lagartos – A vida íntima e perversa nas prisões brasileiras. Quem manda e quem obedece no partido do crime, págs. 75/76.)