Karol Cabrera, comentarista de um canal de TV hondurenho, recusa-se a deixar o hospital em que se recupera de uma segunda tentativa de assassinato em menos de três meses. Ela alega que teme por sua vida e quer deixar o país com segurança. Karol perdeu uma filha de 16 anos, grávida, no primeiro ataque, quando homens armados abriram fogo contra seu carro.
Segundo ela, os responsáveis pelos ataques são os opositores ao golpe que tirou o presidente Manuel Zelaya do poder no ano passado. ‘Partidários do ex-presidente Zelaya alertaram-me de que me matariam se eu deixasse o hospital’, diz. A Frente de Resistência Nacional Contra o Golpe – principal organização opositora à retirada de Zelaya – negou qualquer envolvimento com os episódios.
Proteção
Há duas semanas, os médicos disseram a Karol que ela poderia deixar o hospital militar, mas ela quer asilo político no exterior e garantia de proteção do governo do presidente Porfirio Lobo, eleito em novembro. Karol apoiou o governo interino que assumiu o poder após a retirada de Zelaya, em junho do ano passado.
Nos últimos dois meses, três jornalistas foram mortos em Honduras. Ninguém foi preso. Desde o golpe, diversos veículos de mídia anti-Zelaya foram atacados e emissoras de rádio e TV que se opuseram à sua saída foram periodicamente tirados do ar. Informações de Freddy Cuevas [AP, 25/3/10].