O jornalista equatoriano Emilio Palacio, condenado a três anos de prisão por difamação, acusou o presidente do Equador, Rafael Correa, de orquestrar a ação contra ele como um alerta para críticos do governo. Palacio, do jornal El Universo, afirma que Correa está por trás da decisão que o condenou, na semana passada, por insultar o presidente da Corporação Financeira Nacional, Camilo Saman. ‘Ele está ordenando que eu seja destruído’, disse o jornalista.
A organização Repórteres Sem Fonteiras, com sede em Paris, criticou a sentença recebida por Palacio, classificando-a de ‘inoportuna e desproporcional’. A Sociedade Interamericana de Imprensa expressou preocupação de que Correa queira calar a mídia crítica ao governo da mesma maneira que faz o presidente Hugo Chávez na Venezuela.
O presidente equatoriano nega as acusações de repressão e censura. Já Palacio insiste que não fez nada ilegal ao escrever um editorial em que satirizava Saman por supostamente enviar guarda-costas ao jornal para reclamar de uma matéria. O advogado de Saman, Gutemberg Vera, negou que as queixas de seu cliente contra Palacio tivessem como objetivo intimidar a mídia. ‘Ele sentiu-se ofendido e insultado pelo editorial’, esclareceu. Saman, que é aliado de Correa, havia pedido a sentença máxima de seis anos de prisão, mas Palacio apelou da decisão. Informações de Gonzalo Solano [AP, 30/3/10]