Circunstâncias pessoais e profissionais levaram-me a deixar o programa de rádio do Observatório da Imprensa há pouco mais de um mês.
O trabalho cotidiano de leitura de jornais e entrevistas era a alma de minha contribuição para o blogue Em Cima da Mídia. Com a cessação da participação no rádio, tornou-se expressamente recomendável retirar-me do blogue. Por isso reverto à condição de colaborador esporádico do Observatório da Imprensa, como ocorreu entre março de 1999 e novembro de 2002.
É cedo para avaliar o que representaram – para mim e, principalmente, para ouvintes e leitores – os dois anos e pouco desse empenho cotidiano no rádio e no site.
O sentido geral se deixa perceber: a missão do Observatório da Imprensa continua tão relevante quanto era no momento de sua criação. Ou ainda mais relevante. Mas alguma coisa mudou. Os ânimos de todos os atores – jornalistas e suas fontes, críticos da mídia e distinto público participante – estão mais exacerbados.
Em alguns casos, lamento ser obrigado por minha consciência a dizê-lo, temos participações insanas na internet. Tanto de articulistas do Observatório como de leitores.
Se me permitem os leitores e meus colegas de Observatório, fica a sugestão de se fazer uma revisão crítica do espírito de guerrilha virtual que infestou estas páginas. Essa disputa politizada serve mais para reiterar convicções já firmadas do que para trocar opiniões e esclarecer como os meios de comunicação selecionam o que apuram e o que não apuram, como apuram, como editam. E como são lidos. (Mauro Malin)