Foi ao ar na semana passada nos Estados Unidos, o terceiro e penúltimo programa da série A Guerra da Notícia, um polêmico documentário produzidos pela rede pública norte-americana de televisão PBS que faz uma devastadora radiografia das relações da imprensa com a Casa Branca, desde os anos 70. O documentário, produzido conjuntamente pela Escola de Jornalismo da Universidade da California (Berkeley) e o programa Frontline da PBS, dividiu a opinião pública norte-americana e colocou a maioria dos grandes jornais e emissoras de TV na defensiva, num momento em que a imprensa dos Estados Unidos enfrenta uma das mais complexas conjunturas de sua história. Os três primeiros episódios, que começou a ser transmitido no dia 13 de fevereiro, podem ser visualizados no site do programa Frontline. O primeiro e o segundo episódios tem o mesmo título Segredos, Fontes e Distorções, e concentra-se basicamente nas relações da imprensa norte-americana com o staff do presidente George W. Bush na questão das armas de destruição em massa que serviram de pretexto para a invasão do Iraque em 2003. Depois de entrevistar quase 80 jornalistas, professores de jornalismo, pesquisadores, escritores e políticos para o documentário, o repórter Lowell Bergman deixa os espectadores com a quase certeza de que a maioria dos repórteres norte-americanos atuais está mais preocupada em proteger a credibilidade de suas fontes do que sua própria. Ele mostra como a cobertura do caso das armas de destruição em massa acabou colocando em evidência a complexa relação entre repórteres e funcionários do governo encarregados da chamada estratégia da distorção, ou seja, da apresentação do fatos segundo um enfoque favorável à Casa Branca. É um problema crítico porque graças a estratégia da distorção, também conhecida no jargão norte-americano como spin strategy, a imprensa dos Estados Unidos acabou embarcando na versão oficial para depois verificar o tal arsenal de armas de Saddam Hussein havia sido grosseiramente exagerado pelo governo Bush. Os dois primeiros episódios de um documentário, que tem quatro horas e meia de duração total, foram recebidos com muitas reservas pela imprensa norte-americana que o tratou de forma quase burocrática. Os críticos da mídia nos EUA acharam que a Guerra da Notícia poderia ter ido mais longe, enquanto os espectadores se dividiram entre os que viram no programa mais uma evidência da crise de credibilidade dos jornais e os que acusam os jornais de cumplicidade com a Casa Branca e o Pentágono. O terceiro episódio tem o titulo O Que Está Acontecendo com a Notícia e analisa as dificuldades atuais da imprensa norte-americana como a concorrência da internet, a crise financeira dos jornais, a mudança dos hábitos de leitura do público e o futuro do jornalismo. O quarto e último episódio será transmitido no dia 27 de março e terá como tema: Histórias de Um Planeta Pequeno. A Guerra da Notícia é a primeira tentativa importante de uma rede de televisão aberta de levar até o grande público a discussão sobre a crise e o futuro da imprensa. O documentário tem lá seus defeitos e carências porque é muito difícil analisar um problema tão complexo numa mídia como a TV. Mas os depoimentos impressionam pelo acúmulo de evidências de que há algo de podre nas redações norte-americanas. O documentário coloca a polêmica sobre o papel da imprensa na sala da jantar de milhões de norte-americanos que nunca se preocuparam antes com o tema. Conversa com o leitor
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