Monday, 25 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Governo bloqueia convocação online para protestos

Censores chineses intensificaram o controle sobre a internet e oficiais de segurança do país ameaçaram e detiveram escritores e ativistas na semana passada, diante do que seria uma convocação para uma ‘Revolução de Jasmim’ na China. A repressão ocorre antes de dois encontros legislativos, agendados para março – o Congresso Nacional do Partido Comunista Chinês e a Conferência Consultiva Política do Povo Chinês.

A palavra ‘jasmim’ foi bloqueada na internet, após o site Boxum, administrado por dissidentes no exterior, e usuários do Twitter chineses terem divulgado, no dia 19/2, pedidos de mobilização da população inspirados no movimento que derrubou o regime na Tunísia e se espalhou pelo Oriente Médio – que ficou conhecido como Revolução de Jasmim. A rede social LinkedIn também chegou a ser bloqueada em algumas partes da China depois que um usuário falou sobre a revolução em um fórum online. ‘Relatos de que a polícia chinesa está prendendo e ameaçando blogueiros e ativistas são extremamente preocupantes’, declarou Bob Dietz, coordenador do programa do Comitê para a Proteção dos Jornalistas na Ásia. ‘A China deve permitir que as informações sobre divergência política circulem livremente’.

Fechando o cerco

O grupo Defensores de Direitos Humanos Chineses, com sede em Hong Kong, noticiou que Ran Yunfei, blogueiro e escritor político, foi detido sob suspeita de ‘subversão do poder do Estado’. Foram divulgadas datas diferentes sobre o ocorrido. Também houve informações conflitantes sobre outras detenções, que incluem a de advogados e ativistas pró-democracia.

Pelo menos duas pessoas foram detidas por transmitir informação online sobre a revolução na Tunísia. Escritores foram ameaçados e reportaram forte vigilância. O escritor e ativista Feng Zhenghu relatou que a polícia está vigiando sua casa. Ele já havia sido ameaçado por ter publicado um boletim sobre abusos de direitos humanos. As informações são do Comitê para a Proteção dos Jornalistas [25/2/11].