Atualmente é divulgada nos meios de comunicação propaganda com forte apelo à elevação da auto-estima do povo brasileiro. Com bela música ao fundo, o comercial apresenta desportistas, artistas e pessoas comuns que superaram as adversidades, persistiram e ‘venceram’ na vida.
Mas, até onde o melhor do Brasil é o brasileiro? O país convive com indicadores sociais medíocres. Enquanto se ajudam as vitimas da tsunami asiática, relegam-se nordestinos, vitimados da tsunami seca. As crianças estão na escola, mas a qualidade da educação… melhor não comentar. Há mais de 600 mil catadores de lixo, e ainda se fala em criar cooperativas para absorver esse pessoal. A população que não possui plano de saúde privado tem que adoecer a conta-gotas pois uma consulta em hospital público pode demorar até seis meses.
Atolado na lama
O Brasil, campeão mundial em impostos, atola a classe trabalhadora em dívidas. Profissionais liberais, reféns dos seus órgãos reguladores, convivem com constante ameaça de terem seus CPF cadastrados na dívida do Tesouro Nacional.
As cifras do financiamento público à corrupção são astronômicas. O caso Sudam rende 133 milhões de reais; o juiz Lalau e sua gente torraram 169 mil. Os bancos Marka e Fontecindam embolsaram a marca de mais de 1,5 bilhão.
E o espetáculo do crescimento continua: menores nas ruas se prostituindo e cometendo delitos, pedintes por toda parte, violência urbana, crianças saem das séries iniciais sem saber ler e escrever…
Que me desculpem os mentores da campanha, mas, sinceramente, o melhor do Brasil NÃO é o brasileiro, assim como o melhor do Nordeste NÃO é o nordestino. E não será com campanha promocional que o povo brasileiro, atolado na lama da corrupção e da injustiça, vai resgatar sua auto-estima.
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Economista