Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

A campanha e as estranhezas da mídia

Tenho observado, através da internet, que a grande imprensa – Veja, Época, O Globo, Folha de S.Paulo, Estadão – apoia o candidato da oposição e Carta Capital e IstoÉ, a candidata da situação. Há muita contestação nos blogs em geral quanto à perseguição à candidata da situação de uma forma sistemática, ressaltando sem hesitação qualquer deslize que possa aparecer, enquanto os deslizes do candidato da oposição são atenuados e tomados como mal-entendido dos repórteres ou entrevistadores.

Isso tem criado uma guerra nos blogs tanto oficiais quanto pseudo independentes, onde os simpatizantes de ambos os lados muitas vezes ultrapassam os limites. Percebi que, após a decisão da justiça eleitoral favorável ao instituto de pesquisa Sensus, algo de sério aconteceu. Os grandes jornais ficaram light e sobretudo as revistas semanais não destacaram qualquer matéria sensível relativa aos candidatos. Somente o jornal Valor deu uma nota do caso Sensus e a Isto É publicou matéria de capa já programada com a Dilma.

Li em alguns blogs que a candidata da situação estaria próxima de fazer uma denúncia à mídia internacional quanto a tais problemas, colecionando evidências de perseguição sistemática dos orgãos acima citados, tipo Brizola em 82 se prevenindo contra eventuais fraudes eleitorais.

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Em tempos de eleição a coisa fica estranha. Por exemplo, hoje, 7/5, o presidente Lula esteve em Pernambuco e inaugurou o primeiro grande navio construído naquela região. Após 13 anos, o país retoma as construções de navios. Um grande fato econômico e jornalístico… e passou em branco no Jornal Nacional. Fiquei esperando até o final da edição, pois sou pernambucano e estava orgulhoso, pois o restante do país iria ver o primeiro fruto do grande estaleiro do estado em que nasci. Qual nada! A edição terminou concedendo generoso tempo a imagens repetidas de jogadas em câmera lenta, parecia que não ia terminar mais. A reportagem era sobre o campeonato que iria começar no próximo domingo. Aliás, aquilo não foi uma reportagem, só imagens em câmera lenta, tipo ‘enchimento de linguiça’. Fiquei frustrado. (Massuelos Siqueira Campos, representante de vendas, João Pessoa, PB)

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Gostaria de saber por que razão os grandes jornais e telejornais do país não noticiam greves. Por que são de âmbito estadual (judiciário e professores paulistas)? Por interesses meramente políticos? Ou por que ninguém suporta funcionário publico, assim como não suportam o PCC? (João Carlos Gasparetti, funcionário público, Santa Cruz das Palmeiras, SP)

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Acabo de ler na internet o seguinte:

‘Com o peso de ser ouvido em todo o mundo e de ter o poder de influenciar o fluxo do mercado de capitais, o FMI traça um cenário que parece temerário. Levantamento feito pelo iG, no entanto, constatou que, desde o estouro da crise, em setembro de 2008, o fundo errou todas as projeções que fez sobre a economia brasileira. Análise feita a partir do relatório World Economic Outlook (WEO) – divulgado duas vezes ao ano e revisado, pelo menos, outras duas vezes –, mostra que o FMI errou nas projeções para PIB, inflação, conta corrente e reservas internacionais do Brasil’ (ver aqui)

 Quem disse que o FMI quer ‘acertar’ a economia brasileira ou ‘melhorar’ a situação do Brasil? A mim, que sou apenas um leigo irrelevante, me parece que os gringos que controlam o FMI estão tentando frear a locomotiva brasileira – em linguagem vulgar, dar uma rasteira no concorrente antes que ele pule na frente dos EUA e tenha condição de expandir seu poder econômico e militar.

Posso até ver a Mirian Leitão e outros comentaristas econômicos fazendo eco ao ruído do FMI. As afinidades eletivas sempre revelam algo sobre o estranho patriotismo de alguns proeminentes ‘brasileiros’. Brasileiros? (Fábio de Oliveira Ribeiro, advogado, Osasco, SP)

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Engenheiro, Rio de Janeiro, RJ